Escrever...
A vontade, ou necessidade, de escrever acompanha-me desde pequena. Talvez devido à influência da minha professora da Primária, a D. Nazaré. Professora rígida pouco dada a sorrisos, mas impulsionadora do gosto pela escrita. As provas de avaliação eram constituídas por uma cópia (para avaliação da caligrafia), de um ditado, de aritmética e, finalmente, da parte de que eu mais gostava, de uma redacção (agora denominada composição). Esta tinha de ser acompanhada por um desenho alusivo ao tema e pintado com lápis de variadas cores(a minha caixa de lápis tinha apenas seis cores), da marca Viarco. Os temas estavam de acordo com a estação do ano ou com dias marcantes dessa época.
Era dar asas à imaginação e escolher, com sentido, as palavras utilizadas, porque a professora era muito exigente nesse aspecto. Já naquela altura eu adorava expressar as minhas emoções através da palavra escrita. E mais ainda, de as ilustrar...
A D. Nazaré acompanhou-me nos quatro anos do ensino primário. A sua atitude foi sempre igual durante esse percurso. Não dada a grandes manifestações de carinho mas, se detectava alguma tristeza no rosto de qualquer dos alunos interessava-se pelos motivos que se escondiam por trás dessas expressões e tinha sempre uma palavra mais calorosa e um gesto de carinho: um afago na face, uma palmadinha na mão da criança que chamava à sua secretária e com quem conversava em voz baixa...
Esse gosto pela escrita mantém-se. E pelo desenho, também. Adoro sentar-me em frente a uma folha limpa, totalmente em branco, sem linhas...sem nada...E transformar em palavras sentimentos de alegria ou de tristeza...de expectativas concretizadas ou frustradas...É assim que eu alivio a minha alma...
Muito obrigada, D. Nazaré...
Uma carta de Abraham Lincoln ao professor do seu filho
"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, por cada vilão há um herói, que por cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que por cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores do campo, os montes e os vales.Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando esta triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.Eu sei que estou a pedir muito, mas veja que pode fazer, caro professor."
Abraham Lincoln, 1830
«A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.»
Aristóteles
Na apresentação deste teu blog consegues emoldurar perfeitamente o teu sentir profundo pela Tua Vida espelhada nos sentimentos mais nobres de Ti "nesta tua vontade de escrever".
ResponderEliminarA própria entoação musical de A. Boccelli dá o perfeito mote, como a vida é mesmo um DOM, que dando espaço em nós consegue operar milagres nesta aventura da VIDA.
Por isso não estranho, que ao título Celeste feliz são rememorados os tempos passados e, que hoje retornam ao mundo das lembranças nesses nossos cantos, onde guardamos tudo o que dá à Vida pelas emoções em registo na alma de cada um e, na vida da gente, como tão bem canta a Mariza.
Parabéns.
aiaiai ai ai a minha vida!
ResponderEliminareste vou ter que comentar mas mais tarde, um pouquinho mais tarde.
L Silver
Muito obrigado pelas suas palavras.
ResponderEliminarÉ em momentos como este que fico sem saber o que dizer, a não ser agradecer...
Helena Isabel Jacinto
ResponderEliminarOlá Celeste,
Em primeiro lugar, quero felicitar-te pela criação do teu blog. Acho esta uma forma muito "democrática" de qualquer pessoa manifestar as suas opiniões, mostrar o que a satisfaz, o que a alegra, o que a revolta, o que a assusta. Por isso fico feliz; por teres agarrado esta oportunidade de te expressares, enf...im, de colocares a tua voz no mundo.Não pude deixar de me rever na homenagem que aqui prestaste à D. Natália. Tal como tu, tive o privilégio de ter uma D. Engrácia. Compreendo esse carinho e o sentimento de gratidão que tens pela Srª Professora, e entendo muito bem se me disseres que o teu coraºão dava um saltinho de alegria quando viravas a folha da prova para escrever a "Redacção".
Deduzo que tanto a D. Natália como a D. Engrácia praticassem o mais vanguardista e célere método de aprendizagem: amor pela profissão.
Agora vou visitar o resto do teu blog. Abri-o aqui e aqui fiquei já a dar "bitaques" :o)
Um beijinho grande e não pares de escrever.