"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
(Fernando Pessoa)
M.L.Hortas, escreveu:
ResponderEliminarCântaro
À beira das águas
lá do ribeirinho
regressa a menina
com seu cantarinho.
Dançando e folgando
rosa de verão
com seu espelhinho
de lua na mão.
Vem pisando ervas
mordendo maçãs.
Procura segredos
dentro de romãs.
Escuta os adufes
da serra distante
inventa giestas
à beira do monte.
Lá na funda mata
canta um ribeirinho:
nele me debruço
com meu cantarinho.
Beijinhos
...lindo! Só mesmo quem respira ar tão puro escreve assim...
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