quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Teatro de Fantoches












Trabalhar com as mãos ou entreter as mãos e a mente é muito recompensador. Os minutos e as horas voam...é só dar asas á imaginação.
Num grupo, pode constituir uma forma harmoniosa e criativa de passar o tempo. Os laços estreitam-se, trocam-se ideias e saberes e a sensação de liberdade criativa paira no ar. Será um pouco da meninice,que todos mantemos, que brilha no olhar.
Actualmente, ocupamos os tempos livre de uma forma não muito saudável e pouco desafiadora ao desenvolvimento das nossas capacidades.
Habituar as crianças a ocupar o tempo com formas de construção, como esta, constituirá um desafio para elas e para o seu desenvolvimento motor, cognitivo, psicológico e social.


domingo, 21 de novembro de 2010

O dia 17...






O dia 17 de cada mês provoca em mim um estado de felicidade que me pôe um sorriso " de orelha a orelha". Daqueles sorrisos que iluminam totalmente o rosto. Nasci no dia 17 de Junho. A Primavera estava prestes a terminar e o Verão ansioso por despontar. A minha mãe nasceu, também, a 17 de Junho. No dia em que a minha mãe completou o seu 30º aniversário nasci eu. Fui a quinta filha dos sete filhos. Às vezes, a brincar, perguntava à minha mãe se tinha sido uma boa prenda de aniversário e ela sorria. Nunca me respondeu com palavras apenas com o sorriso. O que é certo é que temos uma cumplicidade natural que se mantém até hoje. Já ouvi pessoas comentarem que se esqueceram do dia do seu aniversário . Nunca me esqueci. Seria impossível que isso acontecesse pois é o dia do aniversário da minha MÃE. A minha MÃE nasceu em 1932. Pessoa lutadora, carinhosa, amiga, conhecida pelo seu grande coração. A minha querida MÃE! A NOSSA QUERIDA MÃE! A Senhora Tomázia! Quando éramos crianças fazia-nos os vestidos totalmente costurados à mão. Lindos! Com franzidos e folhinhos de tecidos floridos! Só mais tarde comprou uma máquina de costura Singer.

Voltando ao dia 17, todos os meses neste dia penso nos meses que já passaram desde o nosso último aniversário ou quantos meses faltam para o próximo. É inevitável.

Actualmente, este dia, 17 de Junho, tem mais um motivo para ser recordado com felicidade. Felicidade que redobra o sorriso que já não é apenas de "orelha a orelha" é um sorriso que se enrola como se fosse um abraço por todo o corpo. Lindo dia, o dia 17.


...trezentos e sessenta e cinco dias "feitos" de AMOR...

sábado, 20 de novembro de 2010

Daniel Nobre Mendes



Parabéns ao meu amigo, Daniel Nobre Mendes, pelo lançamento do seu Livro
"Fala da Tua Rosa à Música do Vento".



Para um amigo especial poemas de António Gedeão
Viagem
Aparelhei o barco da ilusão

E reforcei a fé de marinheiro.

Era longe o meu sonho, e traiçoeiro

O mar...

(Só nos é concedida

Esta vida

Que temos;

E é nela que é preciso

Procurar

O velho paraíso

Que perdemos).

Prestes, larguei a vela

E disse adeus ao cais, à paz tolhida.

Desmedida,

A revôlta imensidão

Transforma dia a dia a embarcação

Numa errante e alada sepultura...

Mas corto as ondas sem desanimar.

Em qualquer aventura,

O que importa é partir, não é chegar.



Dez Réis de esperança

Se não fosse esta certeza

que nem sei de onde vem,

não comia, nem bebia,

nem falava com ninguém.

Acocorava-me a um canto,

no mais escuro que houvesse,

punha os joelhos à boca

e viesse o que viesse.


Não fossem os olhos grandes

do ingénuo adolescente,

a chuva das pernas brancas

a cair impertinente,

aquele incógnito rosto,

pintado em tons de aguarela,

que sonha no frio encosto

da vidraça da janela,

não fosse a imensa piedade

dos homens que não cresceram,

que ouviram, viram, ouviram,

viram, e não perceberam,

essas máscaras selectas,

antologia do espanto,

flores sem caule flutuando

no pranto do desencanto,

se não fosse a fome e a sede

dessa humanidade exangue,

roía as unhas e os dedos

até os fazer em sangue.



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Mãe Natureza...


Em 1854, Franklin Pierce, Presidente dos Estados Unidos da América, enviou una oferta de compra ao Cacique de Seattle, pertencente à Tribo Suwamish. A intenção era comprar os territórios do noroeste dos Estados Unidos. Em troca oferecia criar uma reserva para o povo indígena. Este ilustre Cacique Sioux respondeu com uma carta plena de beleza e sabedoria:


Chefe dos Caras Pálidas:

Como se pode comprar ou vender o céu ou o calor da terra? Essa é, para nós uma una idéia estranha. Se ninguém pode possuir o frescor do vento nem o fulgor da água, como e possível que você se proponha a comprá-los? Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra da densa selva, cada raio de luz e o zumbido dos insectos são sagrados na memória da vida de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores leva consigo a história dos pele-vermelhas. Os mortos do homem branco olvidam a sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas. (...) Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, a campina húmida, o calor do corpo do potro e o homem, todos pertecem à mesma família.(...) Os rios são nossos irmãos, saciam a nossa sede. Os rios carregam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos. Se lhes vendemos as nossas terras, vocês devem-se lembrar e ensinar aos vossos filhos que os rios são vossos irmãos também. Portanto, vós devereis dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão. Sabemos que o homem branco não compreende os nossos costumes (...) Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o florescer das folhas na primavera, ou o bater das asas de um insecto (...)Que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o coaxar nocturno das rãs ao redor de um lago?. (...) o ar é de muito valor para o homem pele-vermelha, pois todo compartilham o mesmo ar - o animal, a árvore, o homem -, todos compartilham o mesmo solo. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como uma pessoa agonizante, é insensível ao mal-cheiro. Porém, se vendemos nossa terra ao homem branco, ele deve recordar que o ar é valioso para nós, que o ar comparte o seu espírito com a vida a que dá sustento. O vento que deu aos nossos avós o seu primeiro respiro, também recebeu os seus últimos suspiros. Se lhes vendemos a nossa terra, vocês devem mantê-la intacta e sagrada, como um lugar onde até mesmo o homem branco possa saborear o vento açucarado pelas flores do prado. Portanto, vamos meditar sobre vossa oferta de comprar a nossa terra. Se decidirmos aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animis desta terra como aos seus irmãos. Sou um homem selvagem e não compreendo nenhuma outra forma de actuar. Vi um milhar de búfalos apodrecendo na planície, abandonados pelo homem branco, que os abateu desde um trem que passava (...) Não compreendo como um cavalo fumegante de ferro pode ser mais importante que o búfalo que nós sacrificamos somente para sobreviver. Que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito, pois o que ocorra aos animais, em breve ocorrerá aos homens. Há unidade em tudo. Para que respeitem a terra, digam a seus filhos que ela foi enriquecida com as vidas do nosso povo. (...) Isto é o que sabemos: A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Isto é o que sabemos: todas as coisas estão relacionadas como o sangue que une uma família. Há uma unidade em tudo. O que ocorra com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu o tecido da vida: ele é simplesmente um dos seus filhos. Tudo o que fizer ao tecido, o fará a si mesmo. Inclusive o homem branco, cujo Deus caminha e fala como ele, de amigo a amigo, não pode estar isento do destino comum. É possível que sejamos irmãos, apesar de tudo. De uma coisa estamos seguros que o homem branco chegará a descobrir algum dia: nosso Deus é o mesmo Deus(...) Ele é o Deus do homem, a sua compaixão é igual, tanto para o pele-vermelha como para o homem branco (...) Quando nos despojam desta terra, vocês brilham intensamente iluminados pela força do Deus que os trouxe a estas terras e por alguma razão especial lhes deu o domínio sobre a terra e sobre o homem pele-vermelha. Este destino é um mistério para nós, pois não compreendemos que os búfalos sejam exterminados, os cavalos bravios sejam todos domados, os rincões secretos do bosque denso sejam impregnados do cheiro de muitos homens e a visão das montanhas obstruída por fios de falar...Bem... o resto da história deveríamos todos saber: como os búfalos, as florestas e as planícies, também os homens e as mulheres de pele vermelha foram exterminados, no conhecido mas pouco divulgado genocídio americano.






A sabedoria dos Índios Sioux Conta uma velha lenda dos índios Sioux que, uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo.. - Nós nos amamos... E vamos nos casar, disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã.... Alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... Que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer ? E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse : - Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. - E tu, Touro Bravo, continuou o feiticeiro, deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva ! Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... No dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco. O velho pediu que com cuidado as tirassem dos sacos e viu que eram verdadeiramente formosos exemplares... - E agora o que faremos? Perguntou o jovem! As matamos e depois bebemos a honra de seu sangue ? - Ou cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? Propôs a jovem. - Não ! Disse o feiticeiro... -Apanhem as aves e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro... Quando tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres. O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... A águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do voo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar. E o velho disse: - Jamais esqueçam o que estão vendo! Este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro... Se quiserem que o amor entre vocês perdure... "Voem Juntos...mas jamais amarrados" 

O Círculo da Vida 
  
Eu matei o cervo 
Eu esmaguei o gafanhoto 
E das plantas ele se alimentou 
Eu via o coração das árvores envelhecendo e continuamente 
Eu tenho capturado peixes da água 
E pássaros do céu 
Na minha vida eu precisaria morrer 
Assim a minha vida pode ser 
Quando eu morrer eu devo dar vida 
A quem me tinha nutrido 
A Terra recebe o meu corpo
 E dá isso para as lagartas 
Para os pássaros e os lobos 
Cada um no seu próprio tempo 
De forma que o Circulo da Vida Nunca está quebrado.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Exposição de pintura de António Vila Real na Sala da Nora, em Castelo Branco





Ontem, fui visitar a exposição de pintura de António Vila Real. Fui surpreendida por Obras lindas na sua simplicidade. Cores suaves, ou mais intensas, numa combinação sublime. Fiquei maravilhada! Não conhecia absolutamente nada da pintura de Vila Real mas, a sua simplicidade de traço preciso e cores harmoniosas, criadas numa jornada, tendo por companhia a música de instrumentistas como Alex Cline, Kim Kashkashian, Frank Zappa, entre outros, deixou-me uma sensação de felicidade e de equilíbrio. Muito obrigado, António!

Kim Kashkashian


Alex Cline


Podemos apreciar a obra de António Vila Real, na Sala da Nora, no Cine-Teatro Avenida, de 3ª Feira a Domingo, das 14h00 às 19h00 até ao dia 28 de Novembro.

"O artista é um criador de coisas belas. "

(Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Grey)