sexta-feira, 19 de julho de 2019

A VidA,,,

Andamos sempre às voltas com o passado no presente. Ontem foi um desses dias...
Tudo devido à  nova série da RTP2, sobre a vida de Nelson Mandela (Madibe, para os que o seguiam).
 Já há tempos escrevi sobre o percurso deste Homem de Honra, pouco vulgar nos tempos que vivemos.
Esta série fez-me recuar à minhA infância passada numa quinta enorme (aos meus olhos de criança) que era o centro da nossa vida. Tudo o que necessitavamos estava ali - o calor dos pais, as brincadeiras entre irmãs,  o respeito pelos mais velhos, o convívio social com os vizinhos de outras quintas, novos e velhos,,, mas sobretudo o respeito pelo Outro, incutido pelos meus pais pelo exemplo. Não faziam distinção alguma pela cor da pele, pela religião, por alguma deficiência física ou mental, pela idade, pela condição económica (já nesse  tempo os os meus pais nunca se vergavam mas também  munca humilharam), todos eram acolhidos e sentavam à mesa. Penso que devido a esta vivência sempre fui aversa a rótulos, a discriminação... Ainda hoje me revoltam os rótulos, me incomoda qualquer tipo de discriminação.
Vivi durante cinco anos na bela vila de Belmonte. Os meus filhos crianças ainda. Ali convivi com a comunidade judaica... enriquecedora a VidA, sempre...
Havia um senhor idoso, desta comunidade, que me aguardava todos os dias e me recitava um poema...
São coisas que nunca se apagam da minha memória, do meu sentir...
Obrigada à Vida por me ter dado TantO.


quarta-feira, 10 de julho de 2019

A noitE...


Este retângulo  de céu  que me acolhe, repleto de estrelas,,, a lua, uma vírgula...
Lindo o céu estrelado, céu  de  Van Gogh...
Uma mulher fuma no passeio em frente, andando para trás e para a frente... será que já olhou o firmamento hoje? Ou ontem ? Ou anteontem? Será que as pessoas na cidade olham o céu??? Os prédios altos ocultam-no... Será que as pessoas das cidades se esquecem que à noite o firmamento é lindo?  Será que ainda se lembram que há céu?
Lindo o céu  do retângulo da minhA janela!



A VidA...



Penso muitas vezes nas coisas que me incomodam e me deixam perplexa na atitude do Outro. Uma delas é o interrogatório que nos fazem quando encontramos na vida uma nova pessoa... detesto que me façam  um questionário  que me transmite a sensação que pretendem saber se reuno as condições para fazer parte dum grupo...tipo "grau académico, conhece a dra tal ou o dr tal? Enfim, porque não deixam a vida acontecer? O conhecimento do OUTRO vai-se construindo com o solidificar duma amizade. É o OUTRO que se nos vai desvendendando, despindo a alma (o mesmo acontecendo conosco) se tiver vontade disso,,, se a CONFIANÇA no Outro o tornar tão natural que se sente a necessidade de nos revelarmos, de falarmos de nós: o que nos move na vida, primeiramente, a nossa posição sobre temas atuais e só muito posteriormente  falamos  sobre quem somos, donde vimos (a nossa história ) e... a vida vai acontecendo, fortalecendo laços,,, ou não.
As pessoas que se preocupam com  graus académicos, grupos sociais onde se convive, aparência exterior, etc, etc, causam em mim um recuo, um afastamento (por vezes  prematuro, admito, todos temos riqueza interior).

...gosto muito mais de escutar do que de falar...

Falar acontece quando a vida nos pede.