Esta frase "Os teus erros como filho, são o meu fracasso como pai", tem estado sempre presente na minha memória e relembro-a imensas vezes em várias situações da vida.
Sou como todas as pessoas sensíveis ao que as rodeia... Adoro as pessoas, adoro a natureza, adoro os animais... Gosto de música... Mas o que mais prezo é a minha família e os meus amigos e a natureza e os animais... Eheheh. Antes que me esqueça, adoro qualquer forma de demonstração de Arte: pintura, arquitectura, escultura, poesia...
domingo, 12 de dezembro de 2010
"Os teus erros como filho, são o meu fracasso como pai."
Esta frase "Os teus erros como filho, são o meu fracasso como pai", tem estado sempre presente na minha memória e relembro-a imensas vezes em várias situações da vida.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
O Natal na minha meninice
Passei os meus melhores anos de meninice numa quinta enorme, aos meus olhos de criança, com imensas árvores e na companhia das minhas irmãs e dos meus pais. Os animais faziam parte do nosso quotidiano, talvez venha daí o meu amor pela natureza e pela simplicidade que encerra. As crias, que constantemente vinham ao mundo, eram o centro da nossa atenção e do nosso carinho.
Mas, continuando com as minhas recordações, o Natal era mágico mas simples. Simples a Ceia de Natal, com a família reunida à volta da mesa coroada de risos de criança. Simples a ida à Missa do Galo. E simples, e sem interrogações, era o beijar do Pezinho do Menino Jesus, o momento crucial e mais emocionante de toda a Cerimónia.
Antes de regressarmos a Casa, admirávamos a Fogueira do Natal e aquecíamos o corpo porque a alma estava em êxtase. Não compreendíamos, na sua profundidade, tudo o que se passava dada a nossa curta idade, sabíamos apenas que eram momentos de Respeito e de Paz.
Em casa não havia Árvore de Natal. Não fazia ainda parte dos costumes da minha família. Só anos mais tarde foi adquirido esse hábito com a vinda da televisão e de todos os modernismos que se lhe seguiram. Também não havia Pai Natal. Quem, durante a noite, nos trazia os presentes era o Menino Jesus. Como era lindo o Menino Jesus que habitava no nosso imaginário! Loiro, de olhos azuis e de pele rosada, vestido de vaporosas vestes mas sem frio algum! Antes de nos deitarmos íamos "pôr o Sapatinho". Momento lindo! Cada uma de nós colocava um sapatinho à volta da lareira porque o Menino Jesus iria descer pela chaminé e colocar as prendas, tão esperadas, dentro dos sapatinhos. Escusado será dizer que nessa noite mal dormíamos devido à expectativa. Os nossos risos animavam a noite até que o cansaço nos vencia e adormecíamos com a mesma doçura do Menino Jesus estampada no rosto. Mal amanhecia, o corredor era animado pelo som dos nossos pézinhos descalços sobre o soalho limpo de madeira, em correria, até à bendita lareira... Surpresa das surpresas...nas cinzas apagadas as marcas da visita do nosso AMIGO JESUS!!! Abençoada Mãe Tomázia entre todas as Mães! Abençoado amor incondicional de Mãe! Abençoadas todas as Mães do Mundo! Pela madrugada, tinha desenhado na cinza fria da lareira os pezinhos de Jesus, alimentando o nosso imaginário e o nosso amor! Pegadas marcadas na nossa memória até hoje... Querida Mãe! Dos presentes não guardo recordação mas aqueles Pézinhos marcados na cinza continuam vivos até hoje.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Exposição Colectiva na Sala da Nora
A Artzine apresenta esta exposição intitulada "Pintura" com obras recentes de vários autores: Carlos Farinha, Eduardo Nunes, Ilídio Salteiro, Gilberto Gaspar, Luís Herberto, Mário Vitória, David Rosado e Pedro Pascoinho.
Pintura essencialmente a óleo sobre tela mas também, numa composição interessante, óleo sobre tecido.
Obras maravilhosas que podemos visitar até ao dia 23 de Dezembro.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Vitor Marques , "O Amor é uma Árvore de Folha Caduca"
"Não consigo continuar com este sentimento de alternância anunciada. Estou desacreditado em ti e em mim. Em nós, e naquilo que representamos e preenchemos na nossa vida. Sabes bem que não vivo sem ti. Daí saberes que me roubas mais um pouco de luz cada vez que partes sem avisar. O mal que me fazes pela tua ausência ameaça ser maior que o bem que me ofereces quando estás. Chamo-lhe uma ponte insustentável, que quebra mais um pouco a cada passagem. Algum dia ruirá e desmoronar-se-á sobre o rio com tal gravidade que os despojos dessa mesma ponte aí permanecerão cravados na corrente turva e palpitante. Esse dia poderá ser hoje. "(O Amor é uma Árvore de Folha Caduca)
AMAR
Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais este e aquele, o outro e a toda gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disse que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que eu saiba me perder... pra me encontrar...(Florbela Espanca)
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Teatro de Fantoches
Trabalhar com as mãos ou entreter as mãos e a mente é muito recompensador. Os minutos e as horas voam...é só dar asas á imaginação.
Num grupo, pode constituir uma forma harmoniosa e criativa de passar o tempo. Os laços estreitam-se, trocam-se ideias e saberes e a sensação de liberdade criativa paira no ar. Será um pouco da meninice,que todos mantemos, que brilha no olhar.
Actualmente, ocupamos os tempos livre de uma forma não muito saudável e pouco desafiadora ao desenvolvimento das nossas capacidades.
Habituar as crianças a ocupar o tempo com formas de construção, como esta, constituirá um desafio para elas e para o seu desenvolvimento motor, cognitivo, psicológico e social.
domingo, 21 de novembro de 2010
O dia 17...
sábado, 20 de novembro de 2010
Daniel Nobre Mendes
Parabéns ao meu amigo, Daniel Nobre Mendes, pelo lançamento do seu Livro
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revôlta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Não fossem os olhos grandes
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Mãe Natureza...
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Exposição de pintura de António Vila Real na Sala da Nora, em Castelo Branco
Kim Kashkashian
Alex Cline
Podemos apreciar a obra de António Vila Real, na Sala da Nora, no Cine-Teatro Avenida, de 3ª Feira a Domingo, das 14h00 às 19h00 até ao dia 28 de Novembro.
"O artista é um criador de coisas belas. "
(Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Grey)
sábado, 30 de outubro de 2010
A criança que habita em todos nós...
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
As Misericórdias nas Sociedades Portuguesas do Período Moderno
Nos finais do século XV, num clima de maior estabilidade político-social e económico, graças à expansão marítima que trouxe riqueza e consequentemente um poder régio mais centralizado, assistiu-se à Reforma da Assistência Social com a criação das Confrarias, entre elas as Misericórdias. O Estado passou a ter um papel interventivo e legislativo na prestação da Assistência por parte das Misericórdias.
Da assistência individual e caritativa até ao nascimento das confrarias
Até ao séc. XIII a ajuda aos necessitados era desempenhada fundamentalmente pela Igreja e por particulares com mais posses. Viviam-se tempos de grande tormenta devido às guerras, à fome e às doenças, levando à pobreza extrema. Era fundamental, acreditar num futuro melhor, o que permitiu à Igreja, através do auxílio prestado, adquirir poder quer na vida quotidiana da sociedade quer na vida política. A Igreja incutia na sociedade a prática da caridade como forma de obter o perdão dos pecados e alcançar a vida eterna. Mas nem todos os necessitados eram considerados merecedores de ajuda sendo excluídos pela população (prostitutas, judeus, mouros e actores…).
A partir do século XIII, a assistência primária mostrou-se insuficiente e incapaz de dar resposta a todos os que dela necessitavam, devido ao aumento populacional do meio urbano. As lutas, entre os senhores feudais e os camponeses, provocadas por maus anos agrícolas, fez com que estes se dirigissem para os meios urbanos em busca de melhores condições de subsistência, transformando a pobreza urbana numa pobreza endémica. Neste contexto surgem as albergarias, nos pontos de maior passagem, que aliviavam os peregrinos e viandantes das mazelas provocadas pelas grandes caminhadas, assim como os hospitais, que recebiam pessoas por tempo limitado (dois e três dias), dando-lhes abrigo e alimento para o corpo e para a alma.
Neste período de fraca produção agrícola, de desvalorização monetária e em situações de doença e de velhice, houve muita gente honrada que também caiu em “desgraça”, foram designados por “pobres envergonhados”. As Mercearias surgem neste contexto por acção régia de D. Dinis e, sobretudo, de D. Afonso IV e de sua mulher, D. Beatriz. Estas eram hospitais ou albergarias que tinham como finalidade receber homens ou mulheres pobres de grupo social médio sendo esta característica a que as distinguia dos demais.
Devido ao surto da lepra criaram-se as Gafarias para acolher e guardar as pessoas atingidas pela doença. Localizavam-se fora dos centros para evitar a propagação da doença e eram dirigidas por pessoas portadoras deste mal. A lepra atingia pessoas de todas as classes sociais.
Como as instituições existentes não conseguiam fazer face ao aumento significativo do número de pessoas pobres, com todo o tipo de carências associadas, surgem as confrarias, entre elas as Misericórdias que usufruiriam de privilégios régios.
As confrarias podiam estar ligadas à devoção a santos ou então eram constituídas por membros com o mesmo ofício (alfaiates, sapateiros, artesãos…) e tinham como objectivo prestar auxílio a todos os que, tendo o mesmo ofício, necessitassem de ajuda. Posteriormente esta ajuda foi alargada a todos, independentemente da profissão. Estas comunidades não tinham qualquer tipo de apoio do Estado, eram instituições autónomas. Criaram alguns hospitais e albergarias espalhados por vários locais com o objectivo de alargar a sua acção caritativa. Ligadas aos princípios cristãos e às festas do seu patrono retinham elevado valor.
Nos finais do séc. XV, com a progressiva consolidação do Estado e com as alterações que se efectuaram na sociedade portuguesa, assistiu-se a uma reforma na assistência. Até então o rei era muito influenciado pelos senhores feudais e o Estado encontrava-se muito fragmentado. Após a reconquista houve que organizar o território (só irá terminar no séc. XVIII). Assiste-se a uma progressiva complexificação da máquina do Estado e à centralização do poder no rei: o rei passa a controlar todos os aspectos da vida do reino. O acto assistencial passa a ser encarado como uma função do poder central do estado em prol da comunidade. Por outro lado a esmola mostrava-se incapaz de resolver todas as situações resultantes dos novos tempos.
A partir do reinado de D. Manuel, Portugal assistiu a um crescimento económico graças ao enriquecimento da Coroa, proporcionado pelos rendimentos da Expansão Portuguesa e pela expulsão dos judeus e mouros e da, consequente, apropriação dos seus bens. Este enriquecimento fortaleceu Portugal economicamente e politicamente perante o olhar europeu. Mas com a expansão assiste-se á saída de pessoas para as novas colónias, sobretudo homens jovens, que deixam a esposa, os filhos e os familiares idosos dependentes, sem meios de subsistência, conduzindo a um novo tipo de pobres, os pobres sedentários. As gafarias, os hospitais e as mercearias sobreviviam das esmolas e doações das pessoas com mais posses e não conseguiam dar resposta a tantos necessitados. A concentração urbana no litoral e ao redor de Lisboa aumentava desmesuradamente conduzindo a uma pobreza endémica. Assiste-se à alteração da conjuntura social e, também, à alteração da mentalidade das pessoas. Os pobres são avaliados por uma perspectiva diferente: as pessoas que não trabalham por serem preguiçosas passam a não ser ajudadas. As esmolas diminuem.
D. Leonor, viúva do rei D.João II e irmã de D. Manuel, juntamente com o Conde de Alpedrinha, criaram a primeira Misericórdia em Lisboa , em Agosto de 1498, na Sé Catedral, seguindo o modelo europeu.
D. Leonor, mandou construir, às suas expensas, o Hospital das Caldas, que irá servir de modelo aos Hospitais Reais, criados posteriormente, com a função de tratar os doentes. As Misericórdias são confrarias na medida em que os elementos que as compõem partilham da mesma ideologia religiosa (cristãos leigos) e têm a mesma motivação, ajudar quem necessita. Têm de possuir uma conduta irrepreensível e serem equilibrados psicologicamente. Inicialmente para se ser irmão da misericórdia, a condição primordial era ser baptizado. Para além disso, os irmãos não têm qualquer objectivo lucrativo ao integrarem uma misericórdia já que pertencem às elites detentoras do poder local.
Com o passar do tempo as condições para se ser irmão da misericórdia vão sendo alteradas. Vai-se observando uma restrição aos indivíduos que pretendem integrar as confrarias, pelo compromisso de 1516 bastava apenas ser-se baptizado, o compromisso de 1577 os cristãos-novos foram afastados e o de 1618 formalizava novas condições de acessibilidade. As mulheres também podiam integrar as misericórdias mas nos finais do século XVI a sua participação foi-lhes vedada, de acordo com a mentalidade da época, em que eram consideradas apenas como mães e esposas, logo o seu lugar confinava-se ao lar. Havia, ainda, uma separação dos membros em duas categorias distintas, os que dirigiam e os que executavam as tarefas consideradas inferiores. Ou seja, havia um grupo subalterno de irmãos de menor condição que realizavam tarefas consideradas indignas, como fazer compras ou carregar objectos em público, enquanto o outro grupo era constituído por pessoas de prestígio, os nobres.
Cabia ao Provedor atribuir as funções aos Mordomos.
As Misericórdias baseavam a sua acção em catorze obras de misericórdia, sete corporais e sete espirituais, que são discriminadas no Compromisso, documento que dá origem à fundação de uma misericórdia. No Compromisso da Misericórdia de Lisboa constavam as seguintes obras de misericórdia:
Obras espirituais:
- Ensinar os simples;
- Dar bom conselho a quem o pede;
- Castigar, com caridade, os que erram;
- Consolar os tristes;
- Perdoar a quem errou;
- Sofrer as injúrias com paciência;
- Rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.
Obras corporais:
- Libertar os cativos e visitar os presos;
- Curar os enfermos;
- Cobrir os nus;
- Dar de comer aos famintos;
- Dar de beber a quem tem sede;
- Dar pousada aos peregrinos e pobres;
- Enterrar os finados.
Este compromisso serviu de base aos compromissos das misericórdias que iam surgindo por todo o reino.
A expansão das misericórdias, por todo o reino, deve-se ao rei D.Manuel I que se desdobrou em acções em prol destas, enviou funcionários com a incumbência de promover a sua fundação em todas as cidades do reino e, ainda, escreveu às Câmaras a solicitar a criação da confraria. A cultura da caridade era uma característica da Casa Real Portuguesa.
“Juízes, Vereadores, Procurador, fidalgos cavaleiros e homens bons Nós El-Rei vos enviamos muito saudar. Cremos que que sabereis como em esta cidade de Lisboa se ordenou uma confraria para se as obras de misericórdia haverem de cumprir, e especialmente a cerca dos presos pobres e desamparados que não têm quem lhes requerem seus feitos nem socorra as suas necessidades e assim em outras muitas obras piedosas segundo mais largamente em seu Regimento se contém […] e porem vos encomendamos que considerando quanto isto é serviço de Deus vos queirais juntar e ordenar como em essa cidade se fizesse a dita confraria…”
Até ao final do reinado de D. Manuel existe documentação que comprova a criação de 42 misericórdias, entre elas a de Castelo Branco que surgiu nos dois últimos anos de reinado de D. Manuel (1520 e 1521).
A implantação relâmpago de misericórdias no reinado de D. Manuel, bem como a atribuição a estas de um leque de competências alargado, transforma-as nas confrarias mais poderosas de Portugal ao longo da Idade Moderna, o que a curto prazo ao esgotamento das funções das outras confrarias.
Isentar, privilegiar e beneficiar eram o modus operandi régio.
Em 1496, D. Manuel expulsa os judeus de Portugal e os bens confiscados são usados no financiamento de misericórdias e de hospitais.
Com o decorrer do tempo as misericórdias foram acumulando privilégios: os peditórios passam a ser feitos apenas pelas misericórdias e os bens deixados em testamento à Igreja foram direccionados para as misericórdias, como resultado do pedido efectuado pelo Rei ao Papa, assim como os enterros que passaram a ser realizados apenas pelas misericórdias (visto serem apenas estas a possuírem mobiliário fúnebre).
Isto vai levar ao acumular de um património enorme e, por conseguinte, ao aumento do seu poder social, económico e político, particularmente a partir do século XVII.
As Misericórdias eram muito respeitada por todas as classes sociais, principalmente pelo povo, pois atribuíram dotes para as raparigas órfãs e pobres, ajudavam ainda os pobres envergonhados, faziam doações para os doentes pobres dos hospitais, davam dinheiro para ajudar a resgatar cativos de guerra religiosa ou até simples presos das cadeias.
Também o clero e a nobreza se socorreram das misericórdias em horas de aperto sendo-lhes concedidos empréstimos a troco de juros, o que veio a rentabilizar o dinheiro emprestado, sendo este posteriormente direccionado para a caridade, o que justificava a prática da usura, condenada pela Igreja. Foi uma forma de se conseguir ajudar um maior número de pessoas com os lucros desta prática. No entanto, mais tarde, irá ser um factor para a decadência das misericórdias, visto muitos dos empréstimos nunca serem recuperados o que fez com que o capital das misericórdias diminuísse e, consequentemente, a confiança que as pessoas depositavam nelas.
A partir do século XVI a administração dos hospitais passa a ser efectuada pelas Misericórdias, o que vai levar a um aumento das despesas, na medida em que a sua manutenção requer avultados gastos. Esta situação, aliada aos empréstimos efectuados e não recuperados, provocará a falência de algumas misericórdias e o enfraquecimento de outras.
As misericórdias entram em crise e a capacidade de cumprir a sua principal função, a assistência aos necessitados, torna-se limitada.
Com o absolutismo, e com a entrada do Marquês de Pombal na vida política e legislativa do reino, a situação das Misericórdias torna-se ainda mais precária porque este faz a separação entre o Estado e a Igreja. Os benefícios atribuídos pelo rei a estas irmandades deixaram de existir. Contudo, as misericórdias conseguiram sobreviver até aos nossos dias e actualmente continuam a ter um grande papel social e económico.
Conclusão:
Em suma, as Misericórdias cumpriram a sua principal função, pôr em prática o Compromisso, como irmandade unida pela fé e pelos mesmos objectivos. Todos os necessitados de ajuda corporal ou espiritual encontraram nas misericórdias a resposta à maioria dos seus problemas.
Apesar de ter passado por momentos instáveis, desde o seu aparecimento e até aos nossos dias, a assistência social tem sofrido transformações sempre numa tentativa de solucionar problemas sociais e económicos. Hoje, como forma de travar o aparecimento de problemas sociais, aposta-se sobretudo na prevenção.
É relevante focar que a caridade não deve ser realizada como um meio para alcançar outros fins, como acontecia nestas épocas. A ajuda ao próximo é, sem sombra de dúvidas, um dever de todos nós, independentemente da religião, da cor e do género.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Ser Madrinha ...
Que os teus olhos se tornem
mais brilhantes do que sempre,
de alegria e de contentamento,
e o teu sorriso, tão lindo e cativante,
ecoe em gargalhadas de felicidade...
Que a tua voz vibrante, meio rouca
embargada de emoção
a cada abraço recebido
demonstre a satisfação
de ter tanto carinho...
Que o teu coração sempre se enterneça
pois sabe o valor da amizade...
Que no teu corpo vibre a saúde,
a energia, a vida...
E que a tua alma fique iluminada
com as bênçãos do amor
que TU mereces.
Feliz Aniversário!