Quando era criança, a época natalícia não era caracterizada por esta euforia actual. O tempo passava devagar e as noites, longas e frias, eram passadas à volta da lareira. A história do nascimento de Jesus, que os mais velhos contavam e nós ouvíamos, perdidos em imagens, preenchiam o nosso imaginário: o nascimento peculiar de Jesus, a doçura de Maria e a figura protectora de José. Tudo era mágico envolvido num mistério simples como simples era o nosso ser de CRIANÇAS.
Passei os meus melhores anos de meninice numa quinta enorme, aos meus olhos de criança, com imensas árvores e na companhia das minhas irmãs e dos meus pais. Os animais faziam parte do nosso quotidiano, talvez venha daí o meu amor pela natureza e pela simplicidade que encerra. As crias, que constantemente vinham ao mundo, eram o centro da nossa atenção e do nosso carinho.
Mas, continuando com as minhas recordações, o Natal era mágico mas simples. Simples a Ceia de Natal, com a família reunida à volta da mesa coroada de risos de criança. Simples a ida à Missa do Galo. E simples, e sem interrogações, era o beijar do Pezinho do Menino Jesus, o momento crucial e mais emocionante de toda a Cerimónia.
Antes de regressarmos a Casa, admirávamos a Fogueira do Natal e aquecíamos o corpo porque a alma estava em êxtase. Não compreendíamos, na sua profundidade, tudo o que se passava dada a nossa curta idade, sabíamos apenas que eram momentos de Respeito e de Paz.
Em casa não havia Árvore de Natal. Não fazia ainda parte dos costumes da minha família. Só anos mais tarde foi adquirido esse hábito com a vinda da televisão e de todos os modernismos que se lhe seguiram. Também não havia Pai Natal. Quem, durante a noite, nos trazia os presentes era o Menino Jesus. Como era lindo o Menino Jesus que habitava no nosso imaginário! Loiro, de olhos azuis e de pele rosada, vestido de vaporosas vestes mas sem frio algum! Antes de nos deitarmos íamos "pôr o Sapatinho". Momento lindo! Cada uma de nós colocava um sapatinho à volta da lareira porque o Menino Jesus iria descer pela chaminé e colocar as prendas, tão esperadas, dentro dos sapatinhos. Escusado será dizer que nessa noite mal dormíamos devido à expectativa. Os nossos risos animavam a noite até que o cansaço nos vencia e adormecíamos com a mesma doçura do Menino Jesus estampada no rosto. Mal amanhecia, o corredor era animado pelo som dos nossos pézinhos descalços sobre o soalho limpo de madeira, em correria, até à bendita lareira... Surpresa das surpresas...nas cinzas apagadas as marcas da visita do nosso AMIGO JESUS!!! Abençoada Mãe Tomázia entre todas as Mães! Abençoado amor incondicional de Mãe! Abençoadas todas as Mães do Mundo! Pela madrugada, tinha desenhado na cinza fria da lareira os pezinhos de Jesus, alimentando o nosso imaginário e o nosso amor! Pegadas marcadas na nossa memória até hoje... Querida Mãe! Dos presentes não guardo recordação mas aqueles Pézinhos marcados na cinza continuam vivos até hoje.
Passei os meus melhores anos de meninice numa quinta enorme, aos meus olhos de criança, com imensas árvores e na companhia das minhas irmãs e dos meus pais. Os animais faziam parte do nosso quotidiano, talvez venha daí o meu amor pela natureza e pela simplicidade que encerra. As crias, que constantemente vinham ao mundo, eram o centro da nossa atenção e do nosso carinho.
Mas, continuando com as minhas recordações, o Natal era mágico mas simples. Simples a Ceia de Natal, com a família reunida à volta da mesa coroada de risos de criança. Simples a ida à Missa do Galo. E simples, e sem interrogações, era o beijar do Pezinho do Menino Jesus, o momento crucial e mais emocionante de toda a Cerimónia.
Antes de regressarmos a Casa, admirávamos a Fogueira do Natal e aquecíamos o corpo porque a alma estava em êxtase. Não compreendíamos, na sua profundidade, tudo o que se passava dada a nossa curta idade, sabíamos apenas que eram momentos de Respeito e de Paz.
Em casa não havia Árvore de Natal. Não fazia ainda parte dos costumes da minha família. Só anos mais tarde foi adquirido esse hábito com a vinda da televisão e de todos os modernismos que se lhe seguiram. Também não havia Pai Natal. Quem, durante a noite, nos trazia os presentes era o Menino Jesus. Como era lindo o Menino Jesus que habitava no nosso imaginário! Loiro, de olhos azuis e de pele rosada, vestido de vaporosas vestes mas sem frio algum! Antes de nos deitarmos íamos "pôr o Sapatinho". Momento lindo! Cada uma de nós colocava um sapatinho à volta da lareira porque o Menino Jesus iria descer pela chaminé e colocar as prendas, tão esperadas, dentro dos sapatinhos. Escusado será dizer que nessa noite mal dormíamos devido à expectativa. Os nossos risos animavam a noite até que o cansaço nos vencia e adormecíamos com a mesma doçura do Menino Jesus estampada no rosto. Mal amanhecia, o corredor era animado pelo som dos nossos pézinhos descalços sobre o soalho limpo de madeira, em correria, até à bendita lareira... Surpresa das surpresas...nas cinzas apagadas as marcas da visita do nosso AMIGO JESUS!!! Abençoada Mãe Tomázia entre todas as Mães! Abençoado amor incondicional de Mãe! Abençoadas todas as Mães do Mundo! Pela madrugada, tinha desenhado na cinza fria da lareira os pezinhos de Jesus, alimentando o nosso imaginário e o nosso amor! Pegadas marcadas na nossa memória até hoje... Querida Mãe! Dos presentes não guardo recordação mas aqueles Pézinhos marcados na cinza continuam vivos até hoje.
Um Natal Feliz para todos nós!
Menino Jesus
ResponderEliminarQue me dás este Natal?
Não, não vou escrever cartas
E pedir mais um brinquedo banal.
Este ano
Devolve-me a menina
Com ideias e ideais
Correr no campo livremente
Imitando os pardais.
Correr gelada pela neve
Fazer o boneco e a bola na fonte
Sem luvas ou agasalhos modernos
Levar somente alegria a monte.
Caminhar pelas veredas em excursão
Procurando o melhor musgo e pinheiro
Com amigas, parentes, manas e irmão
E até alguém forasteiro.
Porque amigo de amigo era
Não havia ilusão:
Vem daí, não fiques só
Vem daí e dá-me a mão.
Não quero pilhas nem brinquedos
Plásticos ou papéis floridos
Quero toda família unida
Como naqueles tempos idos.
Na mesa mais de duas dezenas
Louvando em harmonia
Na lareira o melhor cepo de oliveira
Ouvindo histórias de sabedoria.
Nessas noites bem frias
Pedidos ao Pai Natal não havia
Gargalhadas e coração quente
Era o que toda a gente sentia.
Depois da missa do Galo
A casa ir era sagrado
Vamos colocar o Menino Jesus
Nas palhinhas deitado.
Já depois da fogueira da rua
pela noite lá vinha a hora
Em que minha mãe levantava
Com alegria e sem demora.
E bem debaixo da chaminé
Espalhando a cinza quente na lareira
Desenhava pezinhos
Como se ali, Menino Jesus descera.
De manhã, bem cedinho
Ainda o sol não nascera
Minha mãe já na cozinha
Oferecia pão quente e a cafeteira.
L Silver
Adoro-te!
ResponderEliminarÉ tão bom ter-te na minha vida!
É tão bom partilharmos as mesmas memórias!
É tão bom nunca nos sentirmos sós!
Beijinhos!
Que o Natal esteja sempre nos nossos corações!
ResponderEliminarBeijinhos