segunda-feira, 14 de abril de 2014

Palavras Vãs



Ei-las que chegam de pantufas
Como que envoltas em lãs
Palavras Obtusas
Palavras Vãs


Chegam em nuvem cinzenta
Tais abutres em bando
Rasgando
Triturando 
Anunciando grande Tormenta

Almejam transformar 
A beleza em feiura
A pureza em negrura
A simplicidade em subtileza
Das palavras castas

São Traidoras
Perversas
Perigosas
Maliciosas


Mas desenganem-se
Que aqui não entram
Não causam efeito
Não causam dano
São demasiado despidas
Para qualquer engano
(Celeste Rebordão) 


2 comentários:

  1. Poema em jeito de desabafo, de grito. Hoje, mais que nunca (devido aos facebooks) o que conta é o efémero, as PALAVRAS VÃS, porque vive-se muito das aparências. O importante passou a ser para alguns o visual, a imagem. O que conta. para essas pessoas, é o parecer e o TER, deixando o SER que é o verdadeiramente importante para as pessoas de bem.

    Luís Fernandes

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  2. Quando as palavras são maldosas, mentirosas, deixam um rasto de destruição que só o tempo apaga. Destroem a LUZ,,, e a confiança no OUTRO. É como se vivêssemos num mundo paralelo a esse mundo sombrio e envenenado, boquiabertos perante tais palavras, curvados, subjugados...sendo conhecedores da essência que nos move. Mas a nossa força interior, aliada ao tempo (que tudo suaviza pela reflexão) traz o equilibrio de volta... E aliado ao equilíbrio vem a prudência... que em nada nos condiciona, torna-nos apenas mais sábios, mais conhecedores dos nossos limites,,, sabedores do "até onde aguentamos". Viver é aprender.

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