Ei-las que chegam de pantufas
Como que envoltas em lãs
Palavras Obtusas
Palavras Vãs
Chegam em nuvem cinzenta
Tais abutres em bando
Rasgando
Como que envoltas em lãs
Palavras Obtusas
Palavras Vãs
Chegam em nuvem cinzenta
Tais abutres em bando
Rasgando
Triturando
Anunciando grande Tormenta
Almejam transformar
A beleza em feiura
A pureza em negrura
A simplicidade em subtileza
Das palavras castas
Almejam transformar
A beleza em feiura
A pureza em negrura
A simplicidade em subtileza
Das palavras castas
São Traidoras
Perversas
Perigosas
Maliciosas
Mas desenganem-se
Que aqui não entram
Não causam efeito
Não causam dano
São demasiado despidas
Para qualquer engano
Que aqui não entram
Não causam efeito
Não causam dano
São demasiado despidas
Para qualquer engano
(Celeste Rebordão)
Poema em jeito de desabafo, de grito. Hoje, mais que nunca (devido aos facebooks) o que conta é o efémero, as PALAVRAS VÃS, porque vive-se muito das aparências. O importante passou a ser para alguns o visual, a imagem. O que conta. para essas pessoas, é o parecer e o TER, deixando o SER que é o verdadeiramente importante para as pessoas de bem.
ResponderEliminarLuís Fernandes
Quando as palavras são maldosas, mentirosas, deixam um rasto de destruição que só o tempo apaga. Destroem a LUZ,,, e a confiança no OUTRO. É como se vivêssemos num mundo paralelo a esse mundo sombrio e envenenado, boquiabertos perante tais palavras, curvados, subjugados...sendo conhecedores da essência que nos move. Mas a nossa força interior, aliada ao tempo (que tudo suaviza pela reflexão) traz o equilibrio de volta... E aliado ao equilíbrio vem a prudência... que em nada nos condiciona, torna-nos apenas mais sábios, mais conhecedores dos nossos limites,,, sabedores do "até onde aguentamos". Viver é aprender.
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