segunda-feira, 1 de junho de 2015

São Vicente da Beira - Terra Mãe

 




Nesta manhã de Primavera,,,


,,,quando o SOL trazia as lembranças de outros dias lá de longe nas brumas da memória...


...como se o tempo tivesse parado,,, porque por dentro somos sempre os mesmos ainda que o tempo não pare de avançar...



Obrigada, CilA, pela companhia... ainda que breve...




O H2O (Agádoisó) também faz parte da nossa família... Cão companheiro... Cão teu mas também meu... Cão Nosso...


Obrigada às pessoas que encontrei e que me beijaram... E que pararam para  falar,,, porque falar é diferente de conversar... Falar é dizer tanto em poucas palavras porque todo o corpo fala,,, a entoação, o olhar,,, a expressão da saudade no olhar e em cada gesto...  em pouco tempo...
Falar é dizer o importante.


Na Terra Mãe tudo nos fala de NÓS e dos Outros... Cada pedra da calçada, cada casa de portas fechadas, outrora com tanta vida dentro... Cada gota que cai da fonte, cada árvore, cada flor, cada odor,,, e agora a lágrima furtiva do que já foi e não é...mas é...


...passado, presente, futuro,,, sempre presente... porque o tempo torna-se sempre no presente, feito de passado, que já foi futuro... O futuro não existe...








Tudo harmonioso, limpo e saudoso... até a andorinha que pairava no céu azul da Terra-MãE



Era aqui que brincávamos,,, mais tarde, na cumplicidade das árvores e da água que corria, trocámos as primeiras reflexões do que nos envolvia... Nas noites frescas, os bancos eram habitados pelos mais velhos que se perdiam nas  recordações dos seus olhares vagos e parados no passado que sempre nos acompanha na vida...



O que seríamos sem o passado que já foi, também, presente e futuro?


 Santuário da Nossa Senhora da Orada...


... encontro com o silêncio.


         



A vida real,,, no agora




















5 comentários:

  1. Tão lindas as fotos e o sentir..... adoro-te! Ainda que por breves momentos mas encheu o coração.... Beijinhos grandes <3

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  2. Beijinhos grandes e abracinhos pequeninos... Que pena o tempo ser sempre tão pouco para fazer tantas coisas!!! Como tu dizes, e bem, os dias deveriam ter 48 horas...

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  3. 8 de Junho de 2015 às 8:52

    1º ingrediente - VONTADE

    - Anda cá filha, deixa-me ver as tuas mãozinhas.
    São frias filha, tão boas para fazer queijo.
    Traz aquele banco, vais fazer um queijo pequenino, lindo e branquinho como a neve!
    Maria de olhos atentos, reparava na mãe que deitava a coalhada para dentro dos acinchos dispostos na francela, ajeitando a coalhada com as mãos.
    - Olha que bom, experimenta. Juntas os dedinhos e carregas na coalhada até ir saindo o soro. Estás a ver? Assim, como faço.

    Tudo começou ali naquele momento.

    Histórias que se repetiam sobre a sua avó, que não conhecera, mas, naqueles momentos, era como se estivesse presente.
    - Ó Sabina, este queijo já tem carneiros.
    - Então esse é mais caro, já tem conduto.
    Maria ria e foi ouvindo encantada as histórias que a mãe contava.
    Na mesa nunca faltavam queijos. Queijo fresco, amanteigado e curado. Por vezes também o queijo picante. E manteiga! Feita com a nata do leite de vaca fervido que a mãe ia juntando e batendo com umas areias de sal. Tão boa!
    Como eram bons os queijos da minha mãe!
    Maria foi fazendo queijos. Inicialmente com leite de vaca e mais tarde com leite de ovelha.
    - Ouve com atenção Maria, os queijos que são para comer frescos ou amanteigados não se espremem muito para ficarem macios. Os outros convém apertá-los mais. Curam mais depressa assim e poupa-se na lavagem dos panos.
    Palavras sábias.
    Anos mais tarde Maria entrava no supermercado, olhava para os queijos e lembrava-se das saudades que tinha dos queijos da mãe. E das saudades de fazer queijo.
    Foi num desses dias que comentou:
    - Tenho tantas saudades de comer um queijo como os da minha mãe. Tenho tantas saudades de meter as mãos na coalhada. Ai como gostava de poder fazer um queijo.
    Por entre gargalhadas, alguém respondeu: - Ó mulher há aí tanto queijo e de tanta variedade, vais agora ter fazer um queijo. Nem tens com o que o fazer!
    Estranhamente, aquelas palavras ainda aguçaram mais a vontade de Maria.
    Sábado vou fazer um queijo! Pensou Maria.
    Os dias foram passando. Era já véspera de sábado. Maria tirou as compras do saco, entre elas o frasco do coalho, essencial para fazer a coalhada.
    Pegou na embalagem do último queijo fresco que comprara e que guardou para quando fosse necessário. Cortou-lhe o fundo e no aro fez furos com o prego aquecido na lareira.
    - Que belo acincho! Pensou.
    Lavou-o bem lavadinho, colocou-o na bacia que iria servir de francela, tapou tudo com um pano limpinho e reservou.
    - Só falta o 2.º ingrediente principal.
    Já na cama, pensava nos últimos detalhes. Tinha que acordar bem cedo para conseguir o leite acabado de ordenhar, ainda quente, para poder fazer a coalhada com ele morno. Aquecido não é tão bom. E, num ímpeto acertou o alarme do relógio para as 6 da manhã.
    Tic-tac, tic-tac, acorda Maria!
    Colocou a vasilha e o cobertor, que iria manter a temperatura do leite até regressar, no carrinho de bébé. Aconchegou a filha e disse-lhe:
    - O tempo está a jeito, fresco como convém para ficar um queijo lisinho. Com o tempo quente ficam olhados.
    Pegou no guarda-chuva e no carrinho e a passos largos dirigiram-se ao fornecedor.
    Nunca um queijo lhe soube tão bem!

    - Anda cá filha, deixa-me ver as tuas mãozinhas.


    (Sem revisão)

    Em memória de minha avó.
    À minha mãe querida.
    Ao meu tio (que na infância me carregou às cavalitas e quase me matava de cócegas)
    À minha filha. "Ser mãe, é apaixonar-me diariamente pelo teu sorriso".

    - L Silver

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  4. Lindas as fotos de ti, só agora as vi... gostei!!!

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  5. Obrigada, Cila!!! Muito, muito obrigada por esta surpresa logo pela manhã... Até os olhos cantam em lágrimas de felicidade.Um abraço cheio de recordações e de tantos momentos que me passam pelos olhos. Os que estamos e os que já se foram... Obrigada "Maria" que não desistes perante os obstáculos... És e sempre foste assim...

    "Como uma árvore, às vezes penso,o homem pode subir alto, mas as raízes não sobem estão na terra, para sempre junto à infância e aos mortos" (Alegria breve, Vergílio Ferreira)

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