segunda-feira, 15 de junho de 2015

15 de junho - Dia Mundial de Sensibilização para os abusos e maus-tratos na velhice


 


15 de junho

Dia Mundial de Sensibilização para
  os abusos e maus-tratos na velhice


                        


 

 O Dia Mundial de Sensibilização para os abusos e maus-tratos na velhice assinala-se a partir de 2012, anualmente no dia 15 de Junho.

Foi oficialmente reconhecido pela Assembleia-Geral da ONU em Dezembro de 2011, na sequência de um pedido da Rede Internacional para a Prevenção de Maus-Tratos na velhice (no seu acrónimo em Inglês INPEA), que primeiro estabeleceu a comemoração em Junho de 2006. Dia 15 de Junho é o dia em que as vozes do mundo inteiro se opõem ao abuso e ao sofrimento infligido a algumas de nossas gerações mais velhas. Os maus-tratos na velhice são uma questão global social que afecta a saúde e os Direitos Humanos de milhões de pessoas idosas em todo o mundo, e é uma questão que merece a atenção da comunidade internacional.

Na sua mensagem alusiva ao Dia, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, lembrou que o respeito pelos mais velhos está consagrado em muitas sociedades, e que “a civilização moderna só pode merecer esse nome se preservar a tradição de honrar, respeitar e proteger os idosos da sociedade”. O secretário-geral apelou aos estados-membros para delinearem estratégias de prevenção e pediu que “ao comemorarmos o Dia pela primeira vez, reafirmemos em conjunto que os direitos humanos das pessoas mais velhas são tão absolutos como os de todos os seres humanos”.

No dia 15 de Junho, cidadãos, comunidades, municípios e organizações unem-se e levam a cabo eventos de sensibilização para o abuso de idosos. À imagem daquilo que foi feito em anos anteriores, serão realizadas diversas actividades durante 2012, na esperança de trazer um maior reconhecimento de maus-tratos a idosos, onde quer que eles vivam, e para destacar a necessidade de medidas adequadas a esta problemática.

O Governo da Argentina, a UNDESA-DSPD Focal Point on Ageing sobre o Envelhecimento e o Comité das ONG’s sobre o Envelhecimento – Nova Iorque – organizou uma reunião no passado dia 14 de Junho, nas Nações Unidas em Nova Iorque, com o propósito de celebrar o Primeiro Dia Mundial das Nações Unidas para a Sensibilização dos Abusos e Maus-Tratos na Velhice.



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  Direitos dos Idosos

Princípios das Nações Unidas para o Idoso
Resolução 46/91 – Aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas 16/12/1991 

      INDEPENDÊNCIA
1.  Ter acesso à alimentação, à água, à habitação, ao vestuário, à saúde, a apoio familiar e comunitário.
2.  Ter oportunidade de trabalhar ou ter acesso a outras formas de geração de rendimentos.
3.  Poder determinar em que momento se deve afastar do mercado de trabalho.
4.  Ter acesso à educação permanente e a programas de qualificação e requalificação profissional.
5.  Poder viver em ambientes seguros adaptáveis à sua preferência pessoal, que sejam passíveis de  mudanças.
6.  Poder viver em sua casa pelo tempo que for viável.

PARTICIPAÇÃO
7.  Permanecer integrado na sociedade, participar activamente na formulação e implementação de políticas que afectam directamente o seu bem-estar e transmitir aos mais jovens conhecimentos e habilidades.
8.  Aproveitar as oportunidades para prestar serviços à comunidade, trabalhando como voluntário, de acordo com seus interesses e capacidades.
9.  Poder formar movimentos ou associações de idosos.

ASSISTÊNCIA
10.  Beneficiar da assistência e protecção da família e da comunidade, de acordo com os seus valores culturais.
11.  Ter acesso à assistência médica para manter ou adquirir o bem-estar físico, mental e emocional, prevenindo a incidência de doenças.
12.  Ter acesso a meios apropriados de atenção institucional que lhe proporcionem protecção, reabilitação, estimulação mental e desenvolvimento social, num ambiente humano e seguro.
13.  Ter acesso a serviços sociais e jurídicos que lhe assegurem melhores níveis de autonomia, protecção e assistência
14. Desfrutar os direitos e liberdades fundamentais, quando residente em instituições que lhe proporcionem os cuidados necessários, respeitando-o na sua dignidade, crença e intimidade. Deve desfrutar ainda do direito de tomar decisões quanto à assistência prestada pela instituição e à qualidade da sua vida.

AUTO-REALIZAÇÃO 
15.  Aproveitar as oportunidades para o total desenvolvimento das suas potencialidades.
16.  Ter acesso aos recursos educacionais, culturais, espirituais e de lazer da sociedade.
 
DIGNIDADE
17.  Poder viver com dignidade e segurança, sem ser objecto de exploração e maus-tratos físicos e/ou mentais.
18.  Ser tratado com justiça, independentemente da idade, sexo, raça, etnia, deficiências, condições económicas ou outros factores.

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O meu Avô Miguel...

Lembro-me perfeitamente do meu avô paterno, o avô Miguel...muitas vezes, em conversas com as minhas irmãs, falamos do Avô Miguel...

O avô Miguel, viveu conosco os seus últimos anos de vida e é dessa fase que eu me recordo...

O avô Miguel rezava todos os dias o Terço, em voz alta e por vezes trémula, e todos eramos obrigados a participar...

O avô Miguel tinha o olhar azulado, o rosto sulcado por rugas profundas e as mãos, engelhadas , seguravam uma bengala...Tinha, também, um chapéu...

    
No dia em que o avô Miguel morreu eu, as minhas irmãs e as minhas primas passámos o dia a andar de baloiço, na quinta onde morávamos, e brincámos imenso...naquele dia nem me apercebi do que se estava a passar...sei que a minha mãe chorou imenso e que o meu pai se refugiou na adega a carregar cartuchos...


Cada um vive a dor à sua maneira...

Foi só nos dias seguintes que a falta do avô se começou a sentir...

Sei que para matar a saudade falava com ele em voz alta (e posteriormente em voz baixa, quando uma das minhas irmãs comentou com a minha mãe que eu falava com o avô)...contava-lhe tudo o que se passava de novo na nossa vida...até que me habituei à ideia de que ele nunca mais voltaria...


O avô Miguel foi um avô respeitado e querido e a sua imagem sentado à lareira permanecerá viva para sempre...assim como o sabor das maçãs engelhadas que comiamos, à noite, sentados à lareira a ouvir as suas histórias...



 


Quando que me pedem para falar sobre o que me preocupa na sociedade vem-me logo à ideia a imagem do idoso. Do meu amigo idoso. Do meu querido companheiro idoso...
Dou por mim, muitas vezes, a pensar nos meus amigos idosos que já partiram e a falta que, ainda, me fazem. Ninguém os substitui. Nada substitui uma vida...
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Vivi durante cinco anos na bela vila de Belmonte. Ali respira-se o ar puro da Serra da Estrela. Foi ali que estabeleci a mais bela relação de amizade com um idoso de origem judaica. Todos os dias, pela manhã, me cruzava com ele. Encostado à parede de uma moradia, envolvido na sua pelice, ali estava como que a aguardar-me...todos os dias tinha um poema diferente para recitar...talvez porque soubesse o quanto respeito, admiro, venero os meus amigos idosos...apenas são idosos por fora porque no seu interior continuam a ser o João filho de...irmão de...pai de...avô de... Quando me cruzo com pessoas que olham por "cima" do idoso como se ele não existisse sinto uma enorme revolta porque o idoso é uma PESSOA com P maiúsculo...

 

Atualmente, o números de divórcios é cada vez mais elevado, consequentemente, verifica-se o aumento de  famílias monoparentais e da constituição de novas famílias  por pessoas divorciadas... Na sociedade atual verifica-se, ainda, o aumento do numero de filhos fora do casamento... 


Nas situações atrás mencionadas há, quase sempre, crianças envolvidas... crianças e avós...
 
Em caso de divórcio, e na presença de filhos menores, a guarda destes é entregue a um dos progenitores ou a ambos, em caso de consenso... No entanto, em caso de haver quezílias entre o ex-casal estas acabam por  se estender aos familiares de ambas as partes...ficando avós e netos impossibilitados de continuarem a manter uma relação harmoniosa tão importante no desenvolvimento afetivo das crianças...e no combate à solidão dos que possuem mais idade( para não falar de toda a envolvência afectiva  destes)... 
A transmissão de valores só é possível pelo contacto de diferentes gerações.


 Hoje, também eu sou AVÓ... Mãe, filha, irmã, nora, sogra, tia, prima, vizinha, amiga... Pessoa!



Que não se criem impedimentos ao relacionamento entre geracões... nem entre familiares por problemas que apenas dizem respeito aos envolvidos e que, através de atitudes sensatas, de diálogo e de boa vontade, podem fácilmente ser ultrapassados. 

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