sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Exposição Internacional de Arte Solidária










O Rotary Clube de Castelo Branco, através do INROT-6, Agrupamento dos Clubes Rotários de Portugal e Espanha, que integra Badajoz, Cáceres, Castelo Branco, Évora, Mérida e Portalegre, promove uma Exposição Internacional de Arte Solidária.
Na Casa do Arco do Bispo, em Castelo Branco, de 22-01-2011 a 30-01-2011. A “Exposição Internacional de Arte Solidária 2010” é uma exposição itinerante de obras de arte, a decorrer entre Outubro de 2010 e Março de 2011, cujas receitas obtidas com a venda das 138 obras expostas, que foram doadas pelos seus proprietários ou autores portugueses e espanhóis, revertem, integralmente, para o Programa de Erradicação da Poliomielite.
Entre outros, Indian Espadanal, João Cutileiro, Juan Iglesias Mora, Helena Antunes, Maria Margarida Perdigão são autores de obras presentes nesta exposição.

"Pólio Plus, o programa mais ambicioso da história do Rotary, é a
representação máxima dos trabalhos voluntários na campanha
global para erradicação da pólio.
Uma doença infecciosa devastadora e potencialmente mortal, a
pólio tem sido a principal causa de paralisia da história e continua
a afectar crianças, principalmente as menores de cinco anos, em
vários países em desenvolvimento da Ásia, África e Médio Oriente.
Dado que não há cura para a Pólio, a melhor defesa é a prevenção.
Por apenas 60 cêntimo de dólar, o preço da vacina, pode
proteger-se, para sempre, uma criança contra essa doença
devastadora. Se não erradicarmos a poliomielite o mundo continuará
a viver sob a ameaça desta doença, que fará com que mais de 10
milhões de crianças fiquem incapacitadas nos próximos 40 anos
." (Cultura Vibra)"

Casa do Arco do Bispo
Foyer do Cine-Teatro Avenida



domingo, 23 de janeiro de 2011

As árvores em flor...







Há momentos de maior fragilidade que me trazem outros, felizes, perdidos na minha meninice. Talvez seja a forma de encontrar o equilíbrio nestes dias de maior agitação ou de desânimo. É na reflexão e, posteriormente, pelas palavras que se dá o ponto de equilíbrio que me fazem continuar a perseguir o rumo. Esta noite, foi uma daquelas em que o sono não vinha e a emoção tomava conta de tudo. Súbitamente, como num rasgo de luz, vieram-me à mente as imagens e os sons e os sabores de crianças de braços rosados a rirem e a caminharem pelos caminhos verdes que sulcavam a quinta onde passei a minha infância. Estes caminhos eram largos e limitados por árvores de fruto floridas a anunciarem a fartura de frutos que se avizinhava. Cerejeiras, pessegueiros, marmeleiros, macieiras, ameixoeiras... floridas de nuvens brancas ou rosáceas consoante a espécie. Ouvia-se o zumbir das abelhas em torno das suas despensas de pólen e o chilrear dos pássaros era constante.

A Natureza tem a sua linguagem plena de sons melodiosos que apaziguam a mente e tornam o viver em sabedoria. Eu e as minhas irmãs tinhamos o hábito, adquirido pela experiência, de irmos colhendo estas flores delicadamente perfumadas, e de lhes sugarmos a seiva adocicada que delas brotava. Haviam umas brancas , julgo que de marmeleiro, que mastigávamos porque tinham um sabor inolvidável.


Quem não gostava nada destas atitudes era o meu pai. Quando nos via com os cabelos enfeitados de flores e das orelhas penderem brincos elaborados com estas preciosidades zangava-se e explicava-nos que não podíamos arrancar as flores porque por cada flor apanhada era menos uma maçã, uma ameixa, um marmelo, que iriam fazer falta no nosso sotão para alegrar as noites de inverno, para fazer compotas e serviriam ainda como suplemento na alimentaçao dos animais nessa estação mais rígida. Claro que prometíamos não voltar a fazê-lo mas rápidamente nos esqueciamos. Ainda não tinhamos o sentido da responsabilidade e não percebíamos como é que duma flor leve apareceria um fruto muito mais pesado. Só com o tempo e pela experiência fomos apreendendo o real significado do que o meu pai nos queria fazer entender.

Conversávamos e ríamos e brincávamos. Éramos tão felizes! Por vezes também nos zangávamos mas era por pouco tempo. A Natureza tinha sempre um espectáculo novo e uma actividade associada que rápidamente nos fazia esquecer os nossos arrufos e as nossas tristezas.



Passam diante de mim as imagens do dia em que uma vaca morreu ao dar à luz. Infelizmente o filhinho também sucumbiu. Foi um dia de grande tristeza para toda a família. Vivemos o seu sofrimento como se fosse nosso. É pelo exemplo que se dá a passagem de valores, os bons e os maus, e os meus pais souberam incutir-nos o grande valor que é o respeito pela natureza com tudo o que a preenche. O meu pai com a ajuda de vários empregados abriram uma vala enorme e profunda e levaram a mãe e o filhinho num carro puxado por uma "junta de vacas amarelas", as do trabalho duro do campo porque ainda não tinhamos o bendito e barulhento tractor. Ladeámos o carro com ramos de flores e caminhámos em silêncio até ao buraco escuro. Após o trabalho estar concluído o meu pai foi-se embora com os homens e nós ficámos. Decorámos a superfície daquele rectângulo de terra mexida de acordo com o nosso sentimento de perda. Lembro-me que ficou lindo com corações de flores de cores variadas preenchidos com pétalas de rosas. Nos dias seguintes voltámos lá a rememorar e a falar do acontecido até que as idas começaram a rarear ... e acabámos por substituir a perda por outros pontos de interesse que era o que não faltava no nosso dia-a-dia. Felizmente!

Mas a recordação ficou para sempre. Linda a vida. Linda a Mãe Natureza. Maravilhosa escola, a da vida, que nos prepara e fortalece para as batalhas que todos temos de travar ao longo dos nossos dias. Mais uma vez, obrigada Pai, obrigada Mãe por não nos terem impedido de viver estas perdas que nos fortaleceram para outras perdas da vida.





Um dos estudos do Budismo de Nitiren Daishonin diz: "O Inverno nunca falha em se tornar primavera".

As flores de cerejeira precisam de suportar horas de frio para florir e assim é a vida.




A imagem do beija-flor, que está sempre presente na minha vida, nos bons e nos maus momentos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

E TUDO É MAR PORTUGUÊS




Quem ainda não visitou esta exposição de Arte Contemporânea, poderá fazê-lo até ao dia 30 de Janeiro no Museu Francisco Tavares Proença Júnior. Fazem parte obras doadas por vários autores contemporâneos que têm ligação com Castelo Branco: Cristina Ataíde, Frade Correia, Indian Espadanal, Manuela Justino, Miguel Branco, Miguel Silveira, Pedro Calapez, Pedro Portugal, Pedro Proença, Ribeiro Farinha, Rico Sequeira e a dupla VandaNuno juntam-se a Noronha da Costa, Artur Bual, Costa Camelo, Cruzeiro Seixas, Eurico Gonçalves e Tomás Mateus do Distrito, organizada com o apoio da Sociedade dos Amigos do Museu, no âmbito das Comemorações do 1.º Centenário do Museu.


quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

No IPJ, exposição"A República não tem idade"









Até ao próximo dia 15 de Janeiro, sábado, podemos visitar esta exposição no IPJ.

Hoje , passei por lá e fiquei surpreendida com o desenrolar de imagens e notícias que retratam as alterações políticas, económicas e sociais que se verificaram.
Imperdível!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A FOME no mundo




Para que não esqueçamos que enquanto tomamos uma refeicão equilibrada, em quantidade e qualidade, a realidade é muito diferente em muitos locais deste planeta onde vivemos...

Maravilhoso planeta azul...
 
Planeta que teimamos, diáriamente, em contaminar. 
Planeta onde fechamos os olhos para não sofrermos com a dura realidade de todos os que não têm o que comer, o que beber, o que vestir, onde se abrigar...

A falta de trabalho!!!

O flagelo da fome e de tantas doenças associadas, a privação de água potável, a falta de medicamentos e de projectos de apoio são reais e não uma divagação de muitos.
 
O número de crianças orfãs, sem perspectivas de futuro, sem colo, sem carinho, aumenta todos os dias. 
Não pensemos apenas no nosso cantinho à beira-mar plantado. 
O mundo não gira apenas em torno do nosso umbigo...


Quero agradecer a todos os que ajudam estas causas, geralmente sob o anonimato,e relembrar os que dedicaram e dedicam a sua vida a ajudar quem necessita.

"Antes de sua morte, em 1970, o inovador psicólogo Abraham Maslow, Ph.D., concluiu que o comportamento altruísta é um reflexo magnífico do bem-estar psicológico do indivíduo. De acordo com Maslow, a pessoa “totalmente humana” é aquela que reflete o “bodhisattva” (ser iluminado) oriental. Essa pessoa é compassiva por entender que toda a vida é interligada e não deve ser vivida no isolamento, procurando satisfazer somente o próprio ego, mas a serviço da comunidade. Maslow afirmou que o altruísmo, a compaixão, o amor e a amizade significam o desabrochar das sementes com as quais todos nós nascemos."(Mirka Knaster)
 
"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis.
(Bertold Brech)

"A falta de amor é a maior de todas as pobrezas" ( Madre Teresa de Cálcuta

sábado, 8 de janeiro de 2011

Exposição «CORPOtraçoCORPO - a poesia e a pintura» de Alice Valente





Foi hoje inaugurada a exposição de Alice Valente na Sala da Nora, no Cine-Teatro Avenida da nossa cidade. Poderemos apreciá-la até ao dia 30 de Janeiro de Terça a Domingo, das 14 às 19 horas.

Estão presentes 18 das 72 obras em díptico já realizadas e apresentadas até ao momento nas 8 das nove cores do projecto «CORPOtraçoCORPO - a poesia e a pintura» de Alice Valente.



1ª cor traço: Vermelho
2ª cor traço: Castanho-Terra
3ª + 4ª cor traço: Água-Azul-Céu
5ª + 6ª cor traço: Laranja-Lima
7ª cor traço: Verde-Oliva
8ª cor traço: Verde
9ª cor traço: Cor Pele


"CORPOtraçoCORPO, apesar desta aparente simplicidade (que se calhar é só minha), tem múltiplos sentidos. É Cor, Corpo, Texto/Textura, e outras relações combinatórias e derivadas, que cada um é livre de realizar. Nas realizações que assim forem feitas encontrará o embate luz-sombra que, segundo Goethe, é a origem de todas as cores (“Os olhos não vêem formas, mas luz transporta em cor"). "Alberto Pimenta (Poeta e Escritor)


Exposição magnifíca, onde a cor e a textura nos absorvem.

Continua a surpreender-me o número diminuto de jovens presentes nas exposições de Arte. São quase sempre os mesmos rostos que encontro. Esta falta é marcante e entristece-me porque a Arte, em qualquer das suas demonstrações, faz emergir sentimentos de grande valor que nos tornam mais humanos. Penso que todos deveríamos reflectir um pouco sobre o que está a falhar na educação que damos aos nossos filhos e aos jovens que nos rodeiam.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Telescola






Após terminar a Escola Primária, com apenas dez anos, em 1972, iniciei o 1º Ano do Ciclo Preparatório TV. Foi uma experiência enriquecedora e cuja aprendizagem ainda hoje recordo com alguma nostalgia. Assistiamos às aulas, que eram orientadas por um monitor, completamente em silêncio. Todas as disciplinas eram apresentadas com rigor e guardo na memória o nome de alguns professores que nos ensinavam através do ecrã de televisão. A Manuela Melo, com a sua voz suave e grande capacidade de nos prender a atenção, foi um deles.
Declamava poesia com uma leveza que me envolvia profundamente.

A telescola, sistema de ensino via televisão, arrancou em Portugal a 6 de Janeiro de 1965, com programação produzida nos estúdios da Radiotelevisão Portuguesa do Monte da Virgem, no Porto. Os alunos eram acompanhados nos postos de recepção por monitores. A intenção era permitir o cumprimento aos alunos da escolaridade obrigatória, na altura constituída pelos quatro anos da Escola Primária e os dois Ciclo Preparatório. A nível geográfico a telescola pretendia servir as zonas rurais isoladas e zonas suburbanas com escolas superlotadas. Nesta época, havia cerca de mil alunos matriculados, mas toda a população tinha acesso através da televisão às emissões que ocupavam parte da programação da tarde da RTP. A telescola portuguesa foi uma das mais bem sucedidas na Europa. No início da década de 70, a reforma do ensino ditou o alargamento da escolaridade obrigatória para oito anos. Nos casos em que não fosse possível proporcionar ensino directo aos alunos este podia ser substituído pela telescola. Na década de 80, com a chegada e vulgarização dos videogravadores, a telescola deixou de ser transmitida pela televisão, libertando assim essas horas para outros programas. Os conteúdos apresentados nas videocassetes tinham um complemento de informação prestado por um tutor.



Quero aqui prestar homenagem a todos os professores e monitores que preencheram o meu ensino, nesses dois anos, mas que foram mais além porque me inculcaram a vontade de saber mais , me alargaram horizontes e me mantiveram a chama acesa da curiosidade até hoje.



Terminei a Telescola com doze anos, em 1974. Ano da Revolução dos Cravos. Seguiram-se tempos conturbados mas na nossa cabeça de pré-adolescentes não existiam medos nem a noção do que se passava no país. A verdade é que os meus pais não permitiram que continuasse os estudos em Castelo Branco. Até aos dezasseis anos permaneci na minha aldeia. Li tudo a que tinha acesso. Foram anos de outra aprendizagem. Mas a insatisfação era constante e um dia vim matricular-me na Amato apenas com o consentimento da minha mãe. O meu pai soube na véspera do início do ano escolar. Ficou em silêncio a olhar-me. No entanto, ficava extremamente orgulhoso quando lhe mostrava as notas que ia obtendo... Obrigado Pai, obrigado Mãe... Só damos valor ao que nos custa a atingir e todos os conhecimentos são fruto de aprendizagem.