segunda-feira, 31 de julho de 2017

As diferenÇAS...


"As diferenças só nos enriquecem". 




A discriminação tendo por base o preconceito (poder economico, literacia, sexualidade, imagem, religião, incapacidades, divergência de opinião, grupos minoritários, idade), o racismo e a xenofobia constituem uma afronta diária para as pessoas sensíveis e atentas que amam as pessoas, que amam toda a vida e que, acima de tudo, lutam por uma sociedade mais justa pondo em prática os Direitos Humanos.

  




 
 
web diferentes iguais"Todos diferentes, todos iguais." À primeira vista esta afirmação pode parecer confusa, até contraditória, mas, por mais incrível que pareça, não o é, pois a coexistência destas características é possível.

Somos "todos diferentes", pelo menos à vista desarmada. O mundo tem uma enormís-sima diversidade de pessoas, costumes, línguas, crenças e culturas diferentes. Por isso é que podemos dizer que somos todos diferentes, pois convivemos com as diferenças diariamente e é muito fácil encontrar pessoas com tradições diferentes.

Somos diferentes do nosso colega, do professor, do diretor, do funcionário... São tantas as diferenças ou pessoas diferentes que nunca conseguiríamos enumerá-las todas. No dia-a-dia estamos em contacto com diferentes culturas, só precisamos de atravessar a fronteira, andar uns quilómetros ou mesmo caminhar dentro da nossa cidade.

As diferenças, por vezes, levam a desacordos, que por sua vez podem conduzir os ho-mens a guerras, genocídios e outras atrocidades, mas deve isto ser desculpa? Certamente não.

Somos "todos iguais", certo, mas como? Lá no fundo, por debaixo do que os homens, na sua ignorância, chamam de "diferenças", estão as semelhanças que nos tornam iguais.

Somos todos homens, facto inegável, seres racionais, bípedes, criativos, pensadores e reflexivos e é isso que nos torna iguais. O que é que nos torna homens? O que é que nos torna legítimos seres humanos? É a capacidade de pensar e refletir e é aí que está a nossa chave. Ninguém tem o poder de atribuir ou retirar esta capacidade, nasce connosco, como um direito de nascença, embrenhado no nosso ser como uma pedra à espera de ser lapidada e transformada em diamante.

Por isso não vale a pena usar as diferenças como desculpa para as atrocidades por nós cometidas, porque não é a cultura, credo ou língua que nos torna mais ou menos humanos, é a capacidade de pensar, pois os pensamentos e ideias de um europeu também estão ao alcance de um árabe, de um indiano, de um chinês, de uma americano ou de um africano.

Daí nenhuma cultura (desde que respeite os direitos do homem) estar errada, porque dizer que uma cultura é errada é o mesmo que dizer que os homens que a criaram estão errados, mas eles são tão humanos quanto os que criaram as outras culturas. Porque os ou-tros não estão errados também?

Concluindo, somos diferentes por fora, mas, naquilo que nos torna semelhantes, somos iguais. Devemos respeitar os outros por mais que eles sejam diferentes, não porque está escrito na constituição e em tantos outros documentos, mas porque é um dever humano respeitar os outros porque são tão homens quanto nós. Hugo Santos (11.º A2)
Penso muitas vezes

Penso muitas vezes
Vezes sem fim
Na tentativa que muitos fazem
De mudar a sua forma de SER
Para agradar aos outros?
Para se parecer normal?
E o que é a normalidade?!
Como é possível,
SER como os outros vêm a normalidade?
Contrariar a própria essência?
Não se é feliz a SER como os outros nos querem ver...
Penso muitas vezes
Porque não SER como somos até ao fim?
MUDAR acontece no profundo do SER
Senão de nada vale
Tarde ou cedo o SER liberta-se
Num grito de liberdade
Para quê a formatação?
Se é na diversidade que está a beleza de conversar, de olhar... De criar!
(Celeste Rebordão)


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Frases que ficam...

" Ó senhora, senhora, eu sei que ela gosta de mim. Sei que ela gosta porque me tratou a ferida da mão. Se ela não gostasse não me tratava a ferida. Então não é?"

Esta foi a frase que baila comigo desde manhã. Eu respondi com um sorriso "Pois é. Tens razão". E ele seguiu o seu percurso, no sentido oposto ao meu, feliz. 

Como é fácil o mundo das pessoas simples. Como é autêntico o seu olhar. Como nos transmite tanta tranquilidade e, ao mesmo tempo, esperança.

"Aventurados os simples porque é deles o Reino dos Céus", foi o que me veio à ideia quando ele seguiu apressado o seu caminho.

Encontro este jovem muitas vezes pela manhã, quando dou a primeira "volta" do dia com o meu cão, o Apolo. Educado e refugiado numa timidez que se deve, talvez, ao facto de  sentir que poucas pessoas param para o escutar. É uma pessoa "simples" como diriam há anos. Talvez... Mas como é pura a sua simplicidade!

Inicialmente, passava por mim apressado e murmurava um bom dia quase imperceptível mas, com o passar do tempo, foi ganhando confiança e passou a falar da mota, da bicicleta, da sua égua, a "Esperada" (lindo nome)... "Ó Senhora", é assim que inicia a conversa e como me soa bem este "Ó senhora". O sentir-me útil...


...
"Dai-me flores, muitas flores
Quaisquer flores, logo que sejam muitas...
Não, nem sequer muitas flores, falai-me apenas
Em me dardes muitas flores,
Nem isso... Escutai-me apenas pacientemente quando vos peço
Que me deis flores...
Sejam essas as flores que me deis..."
... 




sábado, 1 de julho de 2017

só ruído lá fora



 Só ruído... tanto ruído, lá fora.

O exibiciosnimo pedante. Tanto herói, tanto mérito, tanta glória.
Tanta mente inchada pelos feitos seus, gritados aos ventos.

Tudo o que é demais cansa, lá diz o ditado,,, faz acionar o mecanismo da desconfiança e a interrogação instala-se.

Aqui MorA a Paz, o Silêncio de apenas SER-SE.
















Que me dêem  flores... deiam-me apenas flores e um sorriso...


 ... ou flores, um sorriso e...

...um livro


Dai-me rosas e lírios

Dai-me rosas e lírios,
Dai-me flores, muitas flores
Quaisquer flores, logo que sejam muitas...
Não, nem sequer muitas flores, falai-me apenas
Em me dardes muitas flores,
Nem isso... Escutai-me apenas pacientemente quando vos peço
Que me deis flores...
Sejam essas as flores que me deis...
Ah, a minha tristeza dos barcos que passam no rio,
Sob o céu cheio de sol!
A minha agonia da realidade lúcida!
Desejo de chorar absolutamente como uma criança
Com a cabeça encostada aos braços cruzados em cima da mesa,
E a vida sentida como uma brisa que me roçasse o pescoço,
Estando eu a chorar naquela posição.
O homem que apara o lápis à janela do escritório
Chama pela minha atenção com as mãos do seu gesto banal.
Haver lápis e aparar lápis e gente que os apara à janela, é tão estranho!
É tão fantástico que estas coisas sejam reais!
Olho para ele até esquecer o sol e o céu.
E a realidade do mundo faz-me dor de cabeça.
A flor caída no chão.
A flor murcha (rosa branca amarelecendo)
Caída no chão...
Qual é o sentido da vida?
Fernando Pessoa