A Grande Marcha, começa dentro de NóS...

 

"Franz teve bruscamente a impressão de que a Grande Marcha estava a chegar ao fim. As fronteiras do silêncio voltavam a fechar-se sobre a Europa, e a Grande Marcha já não desfilava senão em cima de um pequeno estrado no centro do planeta. As multidões que outrora se acotovelavam ao pé do estrado tinham partido há muito e a Grande Marcha continuava sozinha e sem espectadores. Sim, pensava Franz, a Grande Marcha continua, apesar da indiferença do mundo, mas está a tornar-se nervosa, febril, ontem contra a ocupação do Vietnam pelos americanos, hoje contra a ocupação do Camboja pelos vietnamitas, ontem para apoiar Israel, hoje pelos palestinos, ontem para apoiar Cuba, amanhã contra Cuba, e sempre contra a América, sempre contra os massacres e sempre em apoio a outros massacres, continua a Europa sempre a desfilar, e para poder acompanhar o ritmo dos acontecimentos sem falhar um único acelera cada vez mais o passo, de modo que a Grande Marcha já só é um cortejo de gente apressada a desfilar a galope, e a cena cada vez se encolhe mais, até ao dia em que finalmente há-de tornar-se apenas um ponto sem dimensões." (A insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera)

Atualmente, continuamos numa Grande Marcha. Todos os dias, a vida que tentamos viver com calma e seriedade, é confrontada com realidades assustadoras em cada ponto do Globo e dentro das nossas "portas". Assinamos petições, debatemos os assuntos que nos atormentam e com os quais ficamos horrorizados, apoiamos causas contra todas as formas de opressão, de destruição da VidA... Opressão, terror, fome, violações, chacinas, violência, falta de liberdade (política, religiosa, social), guerras (que são as causadoras deste êxodo para a europa de pessoas que tentam não perder a vida e construir uma vida com dignidade), brutalidade contra pessoas e animais, insegurança, corrupção, destruição das florestas, contaminação dos solos, das águas e do ar que nos dão a VidA,,, as espécies em vias de extinção...

 A Natureza fala alto mas continuamos a não ouvir... 

Seríamos como a avestruz, quando enterra a cabeça na areia, se não soltássemos o grito que nos sufoca a garganta e nos assombra a existência, se não tivessemos uma palavra a dizer, uma "bandeira" a agitar (branca ou vermelha, mas forte e exigente).
 

E, tal como penso sempre,  devemos começar pelo nosso vizinho, pelo círculo a que pertencemos, por quem nos está próximo. Contribuir com pequenos gestos diários na proteção das pessoas, dos animais  e do ambiente. Não podemos ficar indiferentes ou em silêncio... Neste pequeno círculo não temos DESCULPA para não agirmos... se não o fizermos será apenas por falta de vontade.

Temos de AGIR!!!


"Tem de SER!!!"