Martinho nasceu na Hungria, antiga Panônia,
por volta do ano 316 e pertencia a uma família pagã. Seu pai era
comandante do exército romano. Por curiosidade começou a freqüentar uma
Igreja cristã, ainda criança, sendo instruído na doutrina cristã,
porem sem receber o batismo. Ao atingir a adolescência, para tê-lo mais
à sua volta, seu pai o alistou na cavalaria do exército imperial. Mas
se o intuito do pai era afasta-lo da Igreja, o resultado foi inverso,
pois Martinho, continuava praticando os ensinamentos cristãos,
principalmente a caridade. Depois, foi destinado a prestar serviço na
Gália, hoje França.
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.
Foi nessa época que ocorreu o famoso episódio do manto. Um dia um mendigo que tiritava de frio pediu-lhe esmola e, como não tinha, o cavalariano cortou seu próprio manto com a espada, dando metade ao pedinte. Durante a noite o próprio Jesus lhe apareceu em sonho, usando o pedaço de manta que dera ao mendigo e agradeceu a Martinho por tê-lo aquecido no frio. Dessa noite em diante, ele decidiu que deixaria as fileiras militares para dedicar-se à religião.
Com efeito, S. Martinho
foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais
popular de França. O seu túmulo, abrigado desde o séc. V por uma Basílica (sucessivamente
destruída e reconstruída) em Tours, era o maior centro de peregrinação
de toda a Europa Ocidental. A sua generosidade e humildade, aliadas a
uma enorme fama de milagreiro fizeram dele um dos santos mais queridos
da população.
Ainda hoje o seu espírito continua a ser fonte de inspiração: em 2005, São Martinho foi reconhecido pelo Conselho Europeu «personnage européen, symbole du partage», tendo este conceito de partilha revestido uma oportuna contemporaneidade.
Ainda hoje o seu espírito continua a ser fonte de inspiração: em 2005, São Martinho foi reconhecido pelo Conselho Europeu «personnage européen, symbole du partage», tendo este conceito de partilha revestido uma oportuna contemporaneidade.
São Martinho é
também santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos
restauradores (hoteis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e
dos alcoólicos reformados, dos soldados... dos cavalos, dos gansos, e
orago de uma série infindável de localidades de Beli Benastir, na
Croácia, a Buenos Aires, na Argentina (Catholic Community Forum)
passando, evidentemente, por numerosíssimas sítios de Norte a Sul de
Portugal.
O facto de o seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o
culto dos antepassados e com a altura do calendário rural em que
terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do
vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo tenha
toda uma componente de exuberância que actualmente tende a prevalecer.
Assim, em Portugal, o dia de S. Martinho
é invocado nas cerimónias religiosas dos locais de culto, e o seu
espírito de solidariedade lembrado, quanto mais não seja, através do
relato do episódio em que partilhou a sua capa com um pobre; mas de resto, e por todo o lado, as pessoas andam ocupadas nas actividades mencionadas nos provérbios sobre este dia: assam-se castanhas, prova-se o vinho...
Acerca do assunto, escreve o conceituado etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990) o seguinte: «O S. Martinho, como o dia de Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos e Fiéis Defuntos). Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se inaugura o vinho novo, se atestam as pipas, celebrada em muitas partes com procissões de bêbados de licenciosidade autorizada, parodiando cortejos religiosos em versão báquica, que entram nas adegas, bebem e brincam livremente e são a glorificação das figuras destacadas da bebedice local constituída em burlescas irmandades. Por vezes uma dos homens, outra das mulheres, em alguns casos a celebração fracciona-se em dois dias: o de S. Martinho para os homens e o de Santa Bebiana para as mulheres (Beira Baixa). As pessoas dão aos festeiros. vinho e castanhas. O S. Martinho é também ocasião de matança de porco.» (in As Festas. Passeio pelo calendário, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987)
Por
norma, na véspera e no Dia de São Martinho o tempo melhora e o sol
aparece. Este acontecimento é conhecido como o Verão de São Martinho.
Provérbios de São Martinho
- Por S. Martinho semeia fava e o linho.
- Se o Inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
- Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
- No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho.
- No dia de S. Martinho, castanhas, pão e vinho.
- No dia de S. Martinho com duas castanhas se faz um magustinho.
- Dia de S. Martinho, fura o teu pipinho.
- Pelo S. Martinho, todo o mosto é bom vinho.
Comemora-se hoje o dia de S. Martinho e tudo se desenrola de acordo com
a cultura de cada região... Valores como a generosidade e a caridade
deverão ser praticadas no dia a dia mas tudo, sempre, está de acordo com
a forma de ser e de estar de cada um...
Ontem pela noitinha, da minha janela, avistei um vulto a procurar
qualquer coisa no contentor do lixo... Tempos difíceis sempre os houve
para tantos... Mas estes são os nossos tempos e ajudar da forma que nos
for possível deveria estar presente nos nossos atos...
E não julgar,
medir, criticar...
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