segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

E quando pensamos que estamos bem...



...acontece mais alguma coisa para nos colocar à prova...



A VIDA surpreende-nos a cada dia com as suas voltas num círculo que nos vai fazendo esmorecer e renascer de novo.


São estas voltas que num primeiro momento nos deixam petrificados, como que em estado de choque, em que agimos como autómatos mas, posteriormente, exigem a reflexão e tornam-nos no que fomos, no que somos, no que seremos...


Nunca nada está completo...



 Nada é para sempre...


A capacidade de enfrentar obstáculos, ou de ver a beleza da vida, torna-se a cada dia mais forte (ou mais fraca, dependendo da resiliência de cada um).


Se a VIDA fosse linear, talvez nunca soubéssemos qual a capacidade que possuimos de lutar e qual a força que encerramos.


Tudo é passageiro mas o nosso interior vai-se moldando a cada situação, lutando, modificando e aceitando...sempre em crescimento até o círculo se fechar.



Nada é por acaso... 
Fica a MARCA no OLHAR, no PENSAR, no SER PESSOA...



 

És uma borboleta multicolor...

E assim levando e empurrando, aceitando, desafiando e modificando, murchando e renascendo, com sorrisos ou com lágrimas, mas sempre com esperança e gratidão, a VIDA continua porque o "agora" é o unico momento que é real...



Recados Animados





E há poetas que são artistas... 

 E há poetas que são artistas 
E trabalham nos seus versos 
Como um carpinteiro nas tábuas!... 
 Que triste não saber florir! 
Ter que pôr verso sobre verso, como quem construi um muro 
E ver se está bem, e tirar se não está!... 
Quando a única casa artística é a Terra toda 
Que varia e está sempre boa e é sempre a mesma. 
Penso nisto, não como quem pensa, mas como quem não pensa, 
E olho para as flores e sorrio... 
Não sei se elas me compreendem 
Nem se eu as compreendo a elas, 
Mas sei que a verdade está nelas e em mim 
E na nossa divindade 
De nos deixarmos ir e viver pela Terra 
E levar ao colo pelas Estações contentes 
E deixar que o vento cante para adormecermos, 
E não termos sonhos no nosso sono. 

(Fernando Pessoa - Alberto Caeiro) 

 
"Tinha a impressão de que os anos iam enrijando certas regiões do meu carácter. Era uma espécie de dureza interior progressiva, contra a qual todos os guilhos da ambiguidade, do convencionalismo, dos interesses e da convivência se quebravam. Esse monolitismo tornava cada dia mais difícil um dia-a-dia em que os passos bem sucedidos pressupunham maleabilidade, brandura, adaptação. Mas, embora visse claramente as vantagens de ser doutra maneira, sabia que estava condenado a pagar à vida o duro tributo da sinceridade. Nascera inteiriço, continuaria inteiriço, fossem quais fossem as consequências."

(Miguel Torga, A Criação do Mundo, Vol I) 

 

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