Sou como todas as pessoas sensíveis ao que as rodeia... Adoro as pessoas, adoro a natureza, adoro os animais... Gosto de música... Mas o que mais prezo é a minha família e os meus amigos e a natureza e os animais... Eheheh.
Antes que me esqueça, adoro qualquer forma de demonstração de Arte: pintura, arquitectura, escultura, poesia...
Bem no centro da cidade, junto ao Pavilhão Municipal e da Residência de Estudantes, situa-se o Albi-Sport.
O Albi-Sport tem courts de ténis e toda a zona envolvente é calma e respira-se tranquilidade. Em plena comunhão com a natureza, ouve-se o chilrear dos pássaros e a brisa passa ligeira por entre a folhagem das árvores que circundam o espaço.
Numa manhã destes dias já primaveris, estive na esplanada deste espaço e falei com Rael Endrigo, actual explorador do bar albisport caffe... Numa conversa amena, falou-me dos projectos que gostaria de desenvolver e, como exemplo, referiu exposições de arte. Ideia que muito me agradou, uma vez que o espaço transpira calma e luminosidade. O interior do bar é claro e amplo e, da esplanada ao ar livre, vêm-se os courts de ténis onde há sempre actividades ligadas a este desporto. Local óptimo para estudar, devido ao sossego, o espaço dispõe de Internet Wireless, o que se torna uma ajuda nos trabalhos escolares. Dispõe de parque de estacionamento no exterior.
Todos os dias ouvimos vozes que incitam à revolta, à união para que as vozes se façam ouvir contra um governo... ouvimos queixas de falta de trabalho, de trabalhos precários, de trabalhos mal pagos,de estágios não remunerados...
Sempre trabalhei com contratos...nunca fui funcionária pública... Mas já trabalhei com funcionários públicos... Assisti a tantos despropósitos em todos os locais... Assisti a subsídios a serem camuflados, a saídas para idas ao cabeleireiro durante o horário laboral, à saída para fazer as compras semanais no supermercado ao lado... Ao assinar o livro de ponto e sair-se para tomar o pequeno almoço...aos vinte minutos, ao meio da manhã, para outro pequeno almoço... "Celeste não trabalhe tanto senão ficamos mal vistas...", até ao dia em que por incumprimento dos prazos, o trabalho das "funcionárias públicas" foi entregue a uma empresa privada e a secção foi dissolvida...Claro, que todas as funcionárias foram "encaixadas" noutros serviços e, provávelmente, hoje continuam a ter o mesmo ritmo de trabalho...lento, quase nulo... Quero pensar que eram uma excepção...
Por razões familiares, já vivi em vários pontos do país. Sempre trabalhei sob contratos nas empresas privadas por onde passei. Sempre fui avaliada pelo meu desempenho. Tal facto, nunca me perturbou. As empresas só sobrevivem se os funcionários, os métodos de trabalho e incentivos estiverem em uníssono: Se houver produtividade e escoamento de produtos.
O que mais me perturba é a fuga aos impostos. Todos sabemos que um Estado só pode desenvolver e implementar políticas de saúde, de educação e de protecção social graças aos impostos. Só pode desenvolver infra-estruturas pelos impostos. Temos esta cultura enraizada de contornar o nosso dever de pagar impostos. Deles dependem um vasto conjunto de sistemas que nos protegem, dão segurança e nos conduzem ao progresso. As culturas do norte da europa são muito diferentes: o pagamento de impostos é um bem adquirido e quem "foge" é conectado como um criminoso e não como um "espertalhão"...
Outros países há em que os jovens adultos, para poderem pagar os seus estudos, trabalham em horários compatíveis...e fazem-no orgulhosmente, responsávelmente... Estamos a tornar-nos num país de débeis, em que os jovens adultos só deixam o lar familiar quando têm o futuro assegurado... O futuro será sempre uma incerteza!!! Queremos tudo controlado, tudo por escrito... Certamente os nossos pais foram mais felizes e mais batalhadores... Vejo jovens de trinta e tal anos como se fossem adolescentes... Mas estamos a tornar-nos num país de quê?!!! Quando vai começar a luta, dentro de cada um, e chamarmos as coisas pelos seus nomes? Os partidos políticos atiram culpas uns aos outros, ridicularizam a classe política, fazem jogos no Parlamento como fazem as crianças na escola... Sinceramente, estou a começar a ter vergonha do meu País! E não queria...porque a Esperança sempre foi minha irmã e a Felicidade minha amiga...
Que sejam felizes!
Celeste Rebordão
Um dia, isto tinha de acontecer. Existe uma geração à rasca? Existe mais do que uma! Certamente! Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da vida. Es...tá à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com frustrações. A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à rasca são os que mais tiveram tudo. Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como lhes tem sido exigido nos últimos anos. Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a minha geração e as seguintes (actualmente entre os 30 e os 50 anos) vingaram-se das dificuldades em que foram criadas, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor. Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração mais qualificada de sempre (já lá vamos...), mas também lhes deram uma vida desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso para que nada lhes faltasse. Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada. Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra (quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes. Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, ... A vaquinha emagreceu, feneceu, secou. Foi então que os pais ficaram à rasca. Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à borla nem se consome fiado. Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais. São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos qualquercoisaphones ou pads, sempre de última geração. São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém lhes pode dar! A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas décadas. Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados. Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na proporção do que estudou. Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento teórico e a duvidosa capacidade operacional. Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que é informada; uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da realidade em que se insere. Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso. Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma velocidade que queimou etapas de crescimento. Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho, ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro abundam. Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi ditando à escola, alarvemente e sem maneiras. Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe chega e o acessório se lhe tornou indispensável. Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada. Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio. Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e inteligência nesta geração? Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos! Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós). Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem, atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes de abarbatar bons ordenados e a subir na vida. E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns acham ter direito e que pelos vistos - e a acreditar no que ultimamente ouvimos de algumas almas - ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!! Novos e velhos, todos estamos à rasca. Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens. Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme convicção de que a culpa não é deles. A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade não consegue, não quer, não pode assumi-la. Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá mais triste prova do nosso falhanço? Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma generalização injusta. Pode ser que nada/ninguém seja assim.(Mia Couto)
"Temos que levar gente, não a uma vida cómoda, a uma vida fácil, mas temos que ter a coragem de levá-la a uma vida difícil, a uma vida perigosa"
"Temos que levar gente, não a uma vida cómoda, a uma vida fácil, mas temos que ter a coragem de levá-la a uma vida difícil, a uma vida perigosa, pois só com uma vida difícil, rigorosa e perigosa, dá o homem o melhor de si próprio. É necessário obrigá-lo a saltar obstáculos. A primeira tarefa de educador é procurar varas bem altas e obrigá-lo a saltar. Baden-Powell [...] queria, para todos os rapazes e para todas as moças, quando chegassem a essa idade, uma educação que lhes temperasse a vontade, não mais gente na rua vendo gente passar, não mais gente encostada pelas portas dos cafés, não mais gente de 20 anos vergonhosamente desocupada, passando todo o dia sem fazer coisa nenhuma, fraquíssima de carácter, fraquíssima de corpo, esperando que chegue o tempo de jantar para que chegue o tempo de dormir para que chegue o tempo de se levantar" – Agostinho da Silva, Baden-Powell, Pedagogia e Personalidade [1961], in Textos e Ensaios Pedagógicos II, pp.26-27.
Hoje,fui visitar a nova exposição, inaugurada no Sábado na Sala da Nora, da nossa cidade. Gostei imenso, por esse motivo deixo aqui algumas imagens desses trabalhos.
Na Sala da Nora, Cine-Teatro Avenida.
Marcos Oliveira, Licenciado em História, variante de História da arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ilustrador profissional desde 1994, especializado em Ilustração Científica Biológica e em reconstituição histórica e pré-histórica.
Tem ilustrado, principalmente, a Fauna e a Flora Ibéricas.
Que um sorriso nunca deixe de iluminar o nosso rosto...
História do 8 de Março Dia Internacional da Mulher
No dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, entraram em greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de Março passaria a ser o"Dia Internacional da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objectivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objectivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, as mulheres ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, carga horária excessiva e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
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Mulheres Elas sorriem quando querem gritar. Elas cantam quando querem chorar. Elas choram quando estão felizes. E riem quando estão nervosas.
Elas brigam por aquilo que acreditam. Elas levantam-se para injustiça. Elas não levam "não" como resposta quando acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem novos sapatos para suas crianças poder tê-los. Elas vão ao medico com uma amiga assustada. Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando suas crianças adoecem e se alegram quando suas crianças ganham prêmios. Elas ficam contentes quando ouvem sobre um aniversario ou um novo casamento.
(Pablo Neruda)
Lágrimas Ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras Em que rí e cantei, em que era querida, Parece-me que foi outras esferas, Parece-me que foi numa outra vida... E a minha triste boca dolorida Que dantes tinha o rir das primaveras, Esbate as linhas graves e severas E cai num abandono de esquecida! E fico, pensativa, olhando o vago... Toma a brandura plácida dum lago O meu rosto de monja de marfim... E as lágrimas que choro, branca e calma, Ninguém as vê brotar dentro da alma! Ninguém as vê cair dentro de mim!
(Florbela Espanca)
A Mulher
Ó Mulher! Como és fraca e como és forte! Como sabes ser doce e desgraçada! Como sabes fingir quando em teu peito A tua alma se estorce amargurada! Quantas morrem saudosa duma imagem. Adorada que amaram doidamente! Quantas e quantas almas endoidecem Enquanto a boca rir alegremente! Quanta paixão e amor às vezes têm Sem nunca o confessarem a ninguém Doce alma de dor e sofrimento! Paixão que faria a felicidade. Dum rei; amor de sonho e de saudade, Que se esvai e que foge num lamento! ( Florbela Espanca)
Para que não esqueçamos...
O que é violência doméstica ?
Segundo a “APAV”, Associação Portuguesa de apoio à Vítima, violência doméstica é qualquer conduta ou omissão de natureza criminal, reiterada e/ou intensa ou não, que inflija sofrimentos físicos, sexuais, psicológicos ou económicos, de modo directo ou indirecto, a qualquer pessoa que resida habitualmente no mesmo espaço doméstico ou que, não residindo, seja cônjuge ou ex-cônjuge, companheiro/a ou ex-companheiro/a, namorado/a ou ex-namorado/a, ou progenitor de descendente comum, ou esteja, ou tivesse estado, em situação análoga; ou que seja ascendente ou descendente, por consanguinidade, adopção ou afinidade. A violência exercida entre pessoas do mesmo sexo no seu relacionamento também está englobada neste conceito. Esta definição implica a referência a vários crimes, nomeadamente: o de violência doméstica; o de ameaça; o de coacção; o de difamação; o de injúria; o de subtracção de menor; o de violação de obrigação de alimentos; o de violação; o de abuso sexual; o de homicídio; e outros. Actualmente o Código Penal já consagra expressamente (no art. 152º - Violência Doméstica) que existe crime de violência doméstica quando existam "maus tratos físicos e psíquicos, incluindo castigos corporais, privações da liberdade e ofensas sexuais (...) a pessoa de outro ou do mesmo sexo" com quem o agressor "mantenha ou tenha mantido uma relação análoga à dos cônjuges, ainda que sem habitação". Para além deste artigo específico, a lei também criminaliza, por exemplo, as ameaças, a coacção, a difamação, as injúrias, a subtracção de menor, a violação de obrigação de alimentos, a violação, o abuso sexual e o homicídio ou tentativa de homicídio. Segundo o Conselho da Europa a violência doméstica contra as mulheres no espaço doméstico é a maior causa de morte ou invalidez (directa e indirecta) entre as mulheres dos 14-44 anos, ultrapassando o cancro e acidentes de viação, com consequências sociais muito graves. A polícia tem a missão e a obrigação de proteger e ajudar todas as vítimas de crime. A polícia portuguesa, sobretudo na última década, tem vindo a desenvolver um grande esforço nesse sentido. A APAV também pode apoiar nesse contacto.
Mulheres vítimas de violência doméstica
O número de queixas de mulheres, vítimas de violência doméstica, tem vindo a aumentar nos últimos anos. Tal facto, resulta não apenas pela apresentação de queixa pela vítima mas, também, pela denúncia desta situação por parte de terceiros. A consciencialização da comunidade em geral para este atentado aos direitos humanos contribuiu para que este assunto seja tema actual em todos os contextos da sociedade. O ditado “entre marido e mulher não se mete a colher” deixou de ter sentido e parece estar a ser ultrapassado pela sociedade portuguesa. Actualmente, família, amigos ou vizinhos mobilizam-se para enfrentar o problema que se vive em muitas casas. Na década de 90, em Portugal, de acordo com um estudo, uma em cada três mulheres era ou tinha sido vítima de violência doméstica.
Números da violência doméstica em 2007
21 907 vítimas procuraram ajuda na GNR e PSP; 14 534 queixas de violência doméstica registadas na APAV; 21 mulheres assassinadas e 57 tentativas de homicídio (UMAR).
A revisão do código penal, nomeadamente o fim da prisão preventiva, faz com que as vítimas percam a confiança de que podem e devem denunciar. Após denunciarem a situação, e se não houver marcas da agressão física, o que as autoridades fazem é, somente, chamar a atenção do agressor. As vítimas continuam expostas à violência e a única alternativa que lhes resta é a de abandonarem os lares, uma vez que o agressor continua a permanecer a, deixando para trás todo um passado de situações penosas mas, também, abdicando de conviver com os objectos que até aí constituíam parte da sua identidade e que contêm grande carga emocional. Muitas vezes a desmotivação da vítima leva-a à acomodação aos problemas. A dificuldade de acesso a serviços com capacidade de resposta adequada a esta questão pode contribuir para prolongar estas situações, para além do olhar estigmatizante da sociedade face a estas famílias.
Um agressor será sempre um agressor
Não existe um perfil traçado nem de agressor nem de vítima; São de todas as idades e atingem qualquer estrato sócio-económico. No entanto, os agressores apresentam comportamentos semelhantes. Eles acham-se donos das suas mulheres porque as escolheram, as seduziram e elas têm que fazer o que eles desejam. A mulher é encarada como um objecto de desejo, um objecto de posse. Depois da violência, vem a “chantagem emocional”. Ao “não sei viver sem ti” ou “ninguém te amará tanto como eu”, segue-se a ameaça do “se não és para mim não és para mais ninguém”.
Um agressor é sempre um agressor. Ele bate, humilha, prende, tira dinheiro, viola. A vulnerabilidade da vítima perante o agressor deve-se, sobretudo, ao facto de as mulheres quererem ser perfeitas e, como acham que não o são, passam a vida a culpabilizarem-se. Normalmente, esta situação perpetua-se porque a vítima não possui suporte económico nem psíquico que lhe permita sair desta situação. Para além disso, coloca sempre o bem-estar dos filhos em primeiro lugar, julgando que se estes continuarem a viver no seio familiar que, apesar de tudo, lhes proporciona alguma estabilidade é mais importante do que os sujeitar a mudanças incertas. Tal visão é errónea, uma vez que estes sofrem, directa e indirectamente, com tudo o que se vive no ambiente familiar. A mãe, que permite o alongar desta situação vai perder, a longo prazo, o respeito dos seus filhos e contribuirá para que estes desenvolvam uma predisposição para a violência: no futuro poderão ser eles os agressores.
As consequências da violência doméstica afectam mulheres em todo o mundo, independentemente das diferenças culturais, religiosas ou sociais. Uma vítima de violência doméstica pode ter perturbações a nível cognitivo, de concentração e de memória. É o denominado “Síndrome da Mulher Abusada”. Estas vítimas levarão anos a encontrar o seu equilíbrio e a encontrar-se a si próprias e é contra tudo isto que temos de lutar, fomentando novas formas de comportamento quer no agressor mas, e primordialmente, na ajuda ao reequilíbrio da vítima.
Como elemento fulcral a família assume um lugar de destaque visto que, a mulher necessitará de um forte e sustentável suporte familiar para alcançar a sua estabilidade psicológica e recupere o seu equilíbrio emocional. Assim, a família deve ser “chamada” a intervir, transmitindo à vítima todo o apoio na sua decisão, o que contribuirá, certamente, para que esta recupere a sua estabilidade e independência. (Celeste Rebordão)
Hoje, depois de 152 anos, as mulheres são as grandes protagonistas das mobilizações populares contra os regimes autocráticos dos países árabes. “As mulheres foram e continuam sendo protagonistas das revoluções da região e estão física e maciçamente presentes nas ruas, o que é fundamental”, avalia Nadim Hury, pesquisador da organização de defesa dos Direitos Humanos, Human Rights Watch (HRW). Usando camisetas, calças jeans ou os tradicionais trajes negros, milhares de mulheres participaram nas manifestações na Tunísia, Egito, Iêmen e Bahrein contra os regimes desses países. “É um sinal de esperança”, acrescentou, enfatizando que as mulheres também “deverão ser protagonistas nas novas instituições que nascerem dessas revoluções”. No Bahrein, onde milhares de manifestantes reclamam a queda da dinastia dos Al Khalifa, as mulheres se manifestaram com suas tradicionais abayas, formando uma massa negra em meio à multidão, já que homens e mulheres caminham separadamente. Em países como a Líbia ou Iêmen se expuseram e foram destaques em meio as câmeras: “As mulheres tiveram um importante papel no início da revolução”, afirmou Tawakul Karman, uma militante iemenita contrária ao presidente Ali Abddullah Saleh. “A revolução procura derrubar o regime, mas também permitiu superar tradições arcaicas, como o fato de que as mulheres tenham que permanecer em suas casas sem participar na política”, acrescentou. “A revolução também é social. O papel que têm as mulheres permite criar uma nova sociedade”. Na Arábia Saudita, onde, por ora, não houve uma manifestação em massa, começam a aparecer na internet expressões femininas contra o regime. “Peço às sauditas que atuem agora mesmo. Nossos irmãos sauditas nos traíram porque são uns covardes”, afirma a SaudiWomenRevolution. Apesar de não se saber como ficarão configurados os futuros sistemas políticos na região, os levantes revelam um descontentamento político, mas também social, enfatizam os analistas.
Fawfia Koofi
Candidata presidencial afegã Fawzia Koofi
"A liberdade é a minha única proposta política"
Fawzia Koofi, 35 anos, deputada e candidata às presidenciais do Afeganistão em 2014, trocou Cabul por Lisboa para apresentar o livro que escreveu a partir das cartas que deixava às filhas, de 12 e 10 anos, sempre que saía em campanha sem saber se voltava. "Liberdade e justiça, coisas básicas e essenciais. Nada de trascendente ou irrealista. Não estou aqui para mudar o Mundo nem mesmo o país. Este tem de mudar por si e ao seu ritmo, mas é com pequenos passos que se faz a diferença e é neles que assenta a minha proposta de intervenção... Elaborei uma lista de violências contra as mulheres que não se esgotam na violência doméstica de marido para mulher mas também na do pai para a filha quando insiste num casamento arranjado com alguém do seu meio, apenas para manter o estatuto social e a tradição... Um casamento legal tem de ser livre. A liberdade é a minha única proposta política. O resto vem por acréscimo." Entrevista ao Correio da Manhã
"Até no dia em que nasci esperavam que morresse. Afinal eu era “apenas uma rapariga”…
Minhas queridas filhas, Hoje vou tratar de assuntos políticos em Faizabad e Darwaz. Espero regressar a casa em breve, mas tenho de vos avisar de que isso pode não acontecer. Ameaçaram matar-me nesta viagem. Quero que saibam que tudo o que faço é para que vocês sejam livres de viver as vossas vidas e de sonhar os vossos sonhos. Se me matarem e não voltar a ver-vos, quero que se lembrem disto. Sejam corajosas. Não tenham medo de nada na vida. Hoje pode ser o dia da minha morte. Se isso acontecer, por favor, pensem que servi um propósito. Sintam sempre orgulho em tentar ajudar as pessoas e fazer do nosso país e do nosso mundo um lugar melhor. Um beijo para as duas. Amo-vos. A vossa mãe
Mulher, mãe, deputada e candidata às eleições presidenciais do Afeganistão, Fawzia viu o pai e o marido morrerem lutando por um país melhor. Essa luta é também a sua. Mas, tal como eles, ela é um alvo a abater. Cada uma das cartas que escreve às suas filhas nasce do receio de não as voltar a ver mas também da esperança num futuro melhor.
Calçada de Carriche
Luísa sobe, sobe a calçada, sobe e não pode que vai cansada. Sobe, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe sobe a calçada. Saiu de casa de madrugada; regressa a casa é já noite fechada. Na mão grosseira, de pele queimada, leva a lancheira desengonçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Luísa é nova, desenxovalhada, tem perna gorda, bem torneada. Ferve-lhe o sangue de afogueada; saltam-lhe os peitos na caminhada. Anda, Luísa. Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Passam magalas, rapaziada, palpam-lhe as coxas, não dá por nada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada.
Chegou a casa não disse nada. Pegou na filha, deu-lhe a mamada; bebeu da sopa numa golada; lavou a loiça, varreu a escada; deu jeito à casa desarranjada; coseu a roupa já remendada; despiu-se à pressa, desinteressada; caiu na cama de uma assentada; chegou o homem, viu-a deitada; serviu-se dela, não deu por nada. Anda, Luísa. Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada. Na manhã débil, sem alvorada, salta da cama, desembestada; puxa da filha, dá-lhe a mamada; veste-se à pressa, desengonçada; anda, ciranda, desaustinada; range o soalho a cada passada; salta para a rua, corre açodada, galga o passeio, desce a calçada, desce a calçada, chega à oficina à hora marcada, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga; toca a sineta na hora aprazada, corre à cantina, volta à toada, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga, puxa que puxa, larga que larga. Regressa a casa é já noite fechada. Luísa arqueja pela calçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada, sobe que sobe, sobe a calçada, sobe que sobe, sobe a calçada. Anda, Luísa, Luísa, sobe, sobe que sobe, sobe a calçada.
(António Gedeão, 'Teatro do Mundo' )
A mulher e a mudança social
Desde sempre que as mulheres acumularam funções de companheiras, esposas, mães, donas de casa, conjugando estes papéis com o trabalho nos campos, nas fábricas, no exercício de diversas profissões no âmbito das artes e ofícios mas, também, nas Ciências, Cultura e na Religião. No entanto, a falta de visibilidade do seu trabalho, quer na esfera doméstica quer noutros contextos, fez com que esse não tenha sido valorizado e reconhecido em diversas épocas da História.
Basta lembrar-nos das nossas avós e vemos que foram grandes mulheres, que se dedicaram de corpo e alma a cuidar dos filhos e da família, aliando a este trabalho cansativo, o trabalho do campo, conciliando-as com o papel de esposas obedientes, cumprindo as suas obrigações no seio do casal.
Com a Revolução Industrial, no século XIX, a mulher passou a trabalhar nas Indústrias Manufactureiras, e outras, em troca de um salário digno para poder dar melhores condições de vida ao seu agregado familiar. As tarefas executadas netas fábricas roçavam os limites da escravatura, com horários muito alargados que em nada dignificavam as mulheres. Realizavam trabalhos que os homens não queriam efectuar em troca de salários mais reduzidos e que não lhes atribuía estatuto social. Autores como Louis René Villermé (1840) e Frederich Engels (1845), deram voz a esta problemática das condições do operariado na França na Inglaterra do Pós-Revolução Industrial, dano grande destaque às condições das mulheres e crianças nas fábricas. A 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de têxteis em Nova Iorque, realizaram a primeira greve reivindicando a redução do horário de trabalho, que era de dezasseis horas diárias. Insurgiram-se, ainda, contra o facto de os seus salários serem inferiores num terço em relação aos dos homens. Nessa luta, cento e trinta mulheres perderam a vida no decorrer de um incêndio que deflagrou no interior da fábrica. É em memória destas mulheres, e de outras, que lutaram por direitos de igualdade e de dignidade que todos os anos, neste dia, se comemora o Dia Internacional da Mulher. A Segunda Guerra Mundial empurrará a mulher para o mercado de trabalho devido à mobilização dos elementos do sexo masculino para as frentes de batalha. Por quase toda a Europa, muitas mulheres têm de trabalhar fora de casa para prover o sustento da família. As fábricas de armamento empregam essencialmente mulheres, assim como as indústrias de têxteis que se dedicam ao fabrico de fardamento. Quando o conflito termina, há uma recomposição das sociedades numa vertente mais tradicionalista, devido à necessidade de fomentar emprego aos homens regressados da Guerra, empurrando as mulheres novamente para a esfera doméstica. No entanto, seria nos anos cinquenta que iriam ser dados os primeiros passos para as mudanças nas mentalidades, reflectindo-se estas nos anos seguintes a nível das conquistas das mulheres de direitos cívicos, políticos e sociais. Em Portugal, será só após o 25 de Abril de 1974, que passam a ser garantidos direitos iguais para todos, sem distinção de género, etnia ou religião. Valores esses que estão consagrados na Constituição de 1976. Estes direitos, hoje considerados como adquiridos, possuem apenas trinta e cinco anos de história em Portugal. Actualmente, o nosso país é reconhecido pelas boas práticas a nível das políticas de Igualdade de Género. Com a chegada dos regimes democráticos à Europa, chegaram a Portugal os valores republicanos, aos quais estão associados os direitos individuais, a participação cívica e o direito à educação. A vida das mulheres começa a alterar-se, gradualmente. O século vinte é marcado pela entrada das mulheres na vida pública. As ideias republicanas vieram permitir que as mulheres começassem a ocupar cargos e a exercer profissões que até aí lhes estavam vedadas. Passam a ter o direito de trabalhar na função pública, de exercer medicina e advocacia. Entre 1926 e 1933 assiste-se a um período de suspensão das liberdades da Constituição implementadas na 1ª República com a instauração da Ditadura Militar. Durante o Estado Novo, o homem continuou a ser considerado o chefe de família, com plenos poderes sobre a vida do casal e dos filhos. A imagem defendida pela ideologia doutrinária do regime fez com que, sob a capa de protecção às mulheres, estas fossem remetidas para o lar, reservando ao homem o mercado do trabalho. Foi proibido às mulheres o exercício de profissões na administração pública, na diplomacia e na magistratura, entre outras. No início dos anos sessenta, ainda era possível ter contacto com a imagem tradicional da mulher. No final desta década, as mulheres só podiam votar quando eram chefes de família e possuíssem cursos médios ou superiores. No caso das mulheres casadas, a obtenção de um passaporte dependia da autorização do marido, como deste dependia a possibilidade de montar um negócio, de sair do país ou de abrir uma conta bancária. Com a adesão de portugal à EFTA, no final dos anos cinquenta, e com a entrada de capitais estrangeiros, o que permitiu um acentuado desenvolvimento das indústrias nacionais, Portugal modificou-se profundamente. Algumas mulheres encontraram trabalho nestas empresas mas o seu trabalho era, essencialmente, doméstico ou agrícola, muitas vezes não remunerado. Na década de sessenta, houve um acentuar da emigração. Com a saída do elemento masculino para o estrangeiro, coube à mulher decidir as questões ligadas à família. O seu papel começou a alterar-se e a sobressair no contexto social. Alimentado pelas notícias que os emigrantes traziam, estimulado pelas séries que a RTP começara a importar, invadido por turistas com hábitos estranhos, o país saía, por fim, da letargia. Quando em 1968 Salazar caía da cadeira, os valores que tentara inculcar estavam moribundos. Em 1968, perante a impotência paterna, as meninas urbanas saíam e entravam em casa às horas que lhes apetecia. Nas farmácias vendia-se a pílula livremente. As mulheres declaravam que queriam trabalhar. À medida que as criadas de servir desapareciam, o número de filhos decrescia. Em 1971, as alterações ocorridas na sociedade reflectiam-se nos anúncios de pessoal doméstico. Arranjar uma criada começava a ser difícil. Antes as mulheres trabalhavam quase a troco de alojamento e alimentação mas agora, devido à emigração e à alteração de valores, a situação invertia-se. Os ordenados subiram em flecha. As raparigas usavam minissaias e os rapazes calças à boca-de-sino. A mobilização de jovens do sexo masculino para o ultramar, abriu “espaços à integração no mercado de trabalho, contribuindo em especial para uma elevada taxa de feminização na Administração Pública, muito embora, a diplomacia e a magistratura (bem como as polícias e as forças armadas) lhes continuassem vedadas e o direito de voto só pudesse ser exercido sob certyas condições”. (Concello et.al.2003:p.92) Após a revolução de 1974, alguns grupos de mulheres começaram a reivindicar o fim da lei que despenalizava o aborto mas só em 1984 a lei que despenalizava o aborto num certo número restrito, passou. Com a Constituição da República Portuguesa de 1976, os valores democráticos definem-se. A igualdade de género, a igualdade de oportunidades, a igualdade no acesso à educação, entre outros, transformaram profundamente a vida das mulheres. O divórcio legalizou-se. Nas últimas três décadas, Portugal mudou para além do que se julgara possível. A mobilidade social dos anos recentes é evidente. A mulher entrou em força no mercado de trabalho, em cargos cada vez mais destacados, devido à aposta na educação e na qualificação. Actualmente, a mulher trabalha fora de casa e partilha responsabilidades no sustento da família. A família teve de se ajustar aos novos contextos familiares e sociais. (Celeste Rebordão)
Não consigo deixar de escrever tudo o que me afronta, tudo o que me põe em alerta, tudo o que me perturba... Talvez porque não haja ninguém por perto para conversar... Tornou-se tão dificil falar...as pessoas metem-se nas suas conchas... Têm receio da boca dos outros... Neste caso dos ouvidos que terminam numa boca enorme com uma língua interminável... Diz-se e critica-se tudo sem que se analise o assunto, a situação, o motivo... Principalmente a motivação! Há dias ouvi uma conversa deveras complicada para os meus ouvidos... Discutia-se porque razão fulano se teria suicidado. E criticava-se tal atitude... Diz-se que a solidão mata... Mata de muitas maneiras... A solidão das pessoas que não têm com quem desabafar, em quem confiar... Ou a solidão das pessoas que foram ensinadas a não chorar "mariquinhas, os homens não choram", a serem duronas, a não darem parte de fracas... A "engolirem em seco" muitas humilhações...
Felizmente que temos amigos... Felizmente que somos amigos de alguém...
Felizmente que há folhas em branco, filhos, amigos, livros, música, pintura, cinema, dança, animais, paisagens, água a correr, lágrimas e risos... Para desabafar!
Felizmente...
Amigos, ainda…
Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim… do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe…nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices… Aí, os dias vão passar, meses…anos… até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo…. Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: “Quem são aquelas pessoas?” Diremos…que eram nossos amigos e…… isso vai doer tanto! “Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!” A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente…… Quando o nosso grupo estiver incompleto… reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrima abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo….. Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades…. Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril"
(Fernando Pessoa)
Oração do Nativo Americano pela Paz Mundial
Ó grande espírito de nossos antepassados, elevo meu cachimbo a você; Aos seus mensageiros, nos quatro ventos, e à Mãe Terra, que provê os seus filhos. Dê-nos a sabedoria para ensinar nossos filhos a amar, a respeitar e ser gentil com os outros, para que eles possam crescer com a paz na mente. Vamos aprender a compartilhar todas as coisas boas que você nos provê nesta Terra.