Ja se finou
O ano velho
E o que nos deixou?
Tragédias mil...
La se foi
O ano
O velho ano
Que nos deixou
Lágrimas mil
Mulheres mortas
Tantas
Tantas
Tantas que foram
As mulheres mortas
Atrás de portas trancadas
Noite após noite
Deitadas dormiram
Ao lado
Dos seus algozes
Tantas que foram
As mulheres mortas
Filhos brutalizados
Por pais
Que não são PAIS
Mortos
Violados
Violentados
Crianças
Mulheres
Velhos e novos
Mortos
Afogados
Na travessia das águas escuras
Sombrias
Em cascas de noz
À procura do sol
Da acalmia
Dum continente velho
Resistente
Humanista
Mas receoso
Temeroso
Dos atos crueis
Dos que em nome
Duma entidade superior
Espalham o terror
E a imagem
Do menino
Caído na praia
E dos corpos espalhados
E dos gritos de terror
E das imagens lacinantes
Dos que apenas
Queriam amor
Alegria
Descontração
Na França e em qualquer lugar
Marcam para sempre
Nos olhos espantados
Esgotados
Por tanta crueldade
Reside agora o horror
E invade-nos o torpor
Alimentado por tanta dor
Onde só devia existir amor
Mas abrimos as portas
Esperançados
Corajoso povo
Tentando não ouvir
O sussurro da História dos Tempos
Tentando criar uma nova historia
A história dum tempo novo
E os que nos deixam
Incrédulos
Matando
Maltratando animais
Por puro prazer
Esquecendo que os animais
Não pensam
Mas sentem a dor
Ah! Mundo
Mundo
Não culpem
O Ano Velho
Não culpem o tempo
Culpem o homem
Que não aprende
Reguem as rosas
Leiam o céu
As estrelas
As árvores
O mar
Os animais
O rosto de quem passa
Sintam o vento
No rosto a acariciar
Porque tudo o resto
Que ocupa as mentes
Poluídas
Ocupadas
Desvairadas
Distraídas
É... nada!
(Celeste Rebordão)
Neste ano prestes a terminar, em que o Natal paira no ar, a nostalgia invade o coração e tudo vem à memória. Fazer o balanço??? Tudo vem ... São os momentos menos bons que teimam em ser mais fortes e presentes porque trazem a dor vivida, a mágoa. O que se deu e o que não se recebeu... Porque quando damos e recebemos a felicidade e o equilíbrio são perfeitos e diluem-se na VIDA.
Os momentos menos bons têm as lágrimas sufocadas no peito que a dureza da vida já não permite que se soltem... Esta forma de sentir corta a alma, a dor tolhe qualquer manifestação e emudece o raciocínio... o sorriso abandona-nos o rosto e este endurece e torna-se um hábito e sorrir começa a ser cada vez mais raro até que parte para sempre. Será?
Cada pessoa tem a sua própria riqueza cultural (conhecimentos académicos, cultura geral ou saber adquirido pela experiência e pelo sentir da vida) e a sua riqueza interior. Existem pessoas que apenas se reunem com os seus pares, com quem julgam ter o mesmo estatuto social definido por uma sociedade que se apodrece a si mesma,,, Convencem-se que são especiais e mais importantes que os que estão num nível social inferior mas não sabem o que perdem...não sabem o quão maravilhoso é a diversidade em todos os contextos.
Situações boas e felizes (que são imensas) são as que me animam e alimentam para todas as difíceis e, assim, prosseguir embalada na esperança que os corações que não conseguem dar o melhor de si o alcancem um dia... Sim, continuo a ter esperança... no olhar e no gesto.
Neste ano que terminou houve frases que me marcaram e que me fizeram refletir e sorrir ou entristecer, enquanto me ocupava duma qualquer tarefa que não exige concentração mental...Sim, porque para refletir tenho de ter o corpo ocupado. Porque refletir não é um qualquer problema aritmético que exige subtrair, somar, dividir, regras de três simples ou três complicados, silêncio e estática corporal... Refletir é deixar vir ao de cima o que somamos da vida sobre qualquer tema que nos surprenda, utilizando o raciocínio.
A frase mais profunda de todas as que ouvi e em que se encaixa todo o meu pensamento anterior: "Sem amor tudo é tão pouco" - Filme de ANTÓNIO PEDRO VASCONCELOS
"Onde as oliveiras crescem os homens não morrem";
"As minhas mãos são as ferramentas do meu coração"
Estas ultimas frases do artista Nuno Mega (Dirty Cop) no ALDEIAS ARTÍSTICAS.
ALDEIAS ARTÍSTICAS (concelho de Castelo Branco) é um projeto de arte, comunidade e sustentabilidade que surge no contexto do projeto HÁ FESTA NO CAMPO, onde é explorado um novo modelo de desenvolvimento local através da fusão artística urbana com a rural. Acolhendo criadores de várias disciplinas artísticas (arte urbana, ilustração, design gráfico, fotografia, artes performativas…) em residência nas aldeias, as obras produzidas nascem do contacto direto entre os artistas e o contexto envolvente, criando uma identidade local singular.
Na crença de que a arte é um motor de desenvolvimento social e local,,,
Estas ultimas frases do artista Nuno Mega (Dirty Cop) no ALDEIAS ARTÍSTICAS.
ALDEIAS ARTÍSTICAS (concelho de Castelo Branco) é um projeto de arte, comunidade e sustentabilidade que surge no contexto do projeto HÁ FESTA NO CAMPO, onde é explorado um novo modelo de desenvolvimento local através da fusão artística urbana com a rural. Acolhendo criadores de várias disciplinas artísticas (arte urbana, ilustração, design gráfico, fotografia, artes performativas…) em residência nas aldeias, as obras produzidas nascem do contacto direto entre os artistas e o contexto envolvente, criando uma identidade local singular.
Na crença de que a arte é um motor de desenvolvimento social e local,,,
"A Melhor coisa que existe é viver"
Eunice Munhoz, numa entrevista. O mesmo pensava Charlie Chaplin. O mesmo penso eu...
Eunice Munhoz, numa entrevista. O mesmo pensava Charlie Chaplin. O mesmo penso eu...
Abramos a Porta a um novo ano com Esperança...
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